Para João Alberto Souza, presos tentam constituir poder paralelo



As rebeliões ocorridas simultaneamente em 27 presídios de São Paulo, no último domingo (dia 19), foram qualificadas pelo senador João Alberto Souza (PMDB-MA) como "uma demonstração de força nunca vista anteriormente, exibida para deixar claro que o controle dos presídios brasileiros não está nas mãos do Estado".

- Está, sim, sob o comando dos presos - completou.

Na avaliação do parlamentar, essa é só mais uma das razões pelas quais a sociedade não está tranqüila. A descrença da população em relação à capacidade do poder público de enfrentar o problema aumenta, segundo o senador, quando os próprios poderes constituídos se desentendem quanto à interpretação das leis e quanto ao trato a dar aos criminosos.

Para João Alberto, a crescente violência nos presídios é decorrente da postura negligente do governo, que não tomou nenhuma medida para conter o uso de celulares por parte dos presos. Soma-se a isso, continuou o senador, o fato de o mesmo governo que combate o crime permitir o comércio de armas, na sua visão algo tão contraditório quanto inaceitável.

Baseando-se em matérias de jornais, João Alberto disse que o grau de organização dos presos reflete o poder dos marginais nas ruas. Segundo O Globo de 20 de fevereiro, "o poder por trás das grades é espelho do poder nas ruas". O senador ressaltou que a questão dos celulares já o preocupa há algum tempo. Lembrou que no dia 22 de novembro passado encaminhou à consultoria legislativa do Senado Federal solicitação de projeto de lei proibindo a disponibilidade e o uso desse meio de comunicação por detentos.

A respeito das armas, depois de mencionar que estatísticas informais falam em mais de 20 milhões de armas de fogo em situação irregular no Brasil, o senador lembrou que existe no Congresso Nacional um projeto do governo no sentido proibir a sua venda.

Mesmo condenando qualquer brutalidade contra os presos e considerando essencial o respeito aos direitos humanos, o senador entende que presídios não podem ser "um lugar bom para lá ficar". João Alberto Souza parabenizou a intervenção de forças do Estado para conter a violência nos presídios e entende que é dessa maneira que se mantém a ordem. Ele argumentou que não se deve abrir brechas para que as organizações marginais ocupem espaço e perpetrem barbaridades.

23/02/2001

Agência Senado


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