João Alberto Souza elogia voluntariado brasileiro
O representante do Maranhão citou pesquisa realizada pelo Instituto Superior de Estudos Religiosos (Iser) e pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), segundo os quais o Brasil já ocupa o quinto lugar no mundo em número de voluntários. A pesquisa aponta que 22% dos brasileiros adultos ocupam-se voluntariamente de projetos sociais, índice quase igual ao da França (23%), mas ainda bem menor que o dos Estados Unidos, onde 48 % dos habitantes dedicam-se a serviços voluntários durante no mínimo cinco horas por semana.
O senador salientou que o serviço voluntário é visto como paternalista, já que não desperta a cidadania. Mas, se utilizado com criatividade, "constitui-se campo fértil de idéias e iniciativas libertadoras", como a Pastoral da Criança, orientado pela médica sanitarista Zilda Arns há 18 anos.
- Iniciada com meia dúzia de voluntários, atualmente a Pastoral da Criança está presente em 22 mil comunidades brasileiras pobres, em 3.277 municípios. Aproximadamente 76 mil gestantes são acompanhadas mensalmente por 150 mil voluntários. Os resultados? A taxa de mortalidade infantil, cuja média nacional gira em torno de 34,6 por mil nascimentos, nas localidades atendidas pela Pastoral caiu para 13 por mil nascimentos - afirmou o parlamentar, acrescentando que 1,6 milhão de crianças carentes, de 0 a 6 anos de idade, são acompanhadas mês a mês pelos agentes da Pastoral.
João Alberto Souza citou também a "multimistura", uma combinação de arroz, farinha de milho, casca de ovo, folha de mandioca e outros produtos, usada para combater a desnutrição das crianças avaliadas pela Pastoral. O soro caseiro também foi lembrado pelo senador, por salvar da morte milhares de crianças que sofrem de diarréia e desidratação. Graças a seu sucesso, a Pastoral já existe em outros onze países: Chile, Equador, Bolívia, Peru, Paraguai, Venezuela, Argentina, Uruguai, Guiné-Bissau, África do Sul e Angola.
O parlamentar afirmou que a violência hoje tornou-se uma calamidade pública.
- Passar fome é violência; não ter acesso à educação é violência; não dispor de serviços de saúde é violência; não possuir habitação adequada, com um mínimo de conforto humano, é violência. Nenhum país, no entanto, poderá vencer se a solidariedade não for universalizada e valorizada como postura humana digna e transformadora. Os que prestam serviços voluntários estão plantando as sementes para um país mais justo e consciente, estão descortinando o horizonte para um Brasil mais feliz - finalizou João Alberto Souza.
20/12/2001
Agência Senado
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