João Batista Motta despede-se do Senado
Em discurso no Plenário nesta quinta-feira (21), o senador João Batista Motta (PSDB-ES), ao despedir-se do Senado e comunicar seu afastamento da vida pública, disse que o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi, para ele, uma decepção.
Motta afirmou que, como senador, sempre denunciou os erros cometidos pelo governo Lula, mesmo quando apoiava o presidente - erros que, segundo ele, vêm sendo cometidos até hoje. O senador capixaba criticou, por exemplo, o tratamento dado à questão de geração de energia e as altas taxas de juros do país. Destacou ainda a precariedade das malhas rodoviária e ferroviária do país e do atendimento nos aeroportos.
Em sua atividade parlamentar, lembrou Motta, também criticou a concessão para gestão de florestas e denunciou a infiltração de organizações não-governamentais estrangeiras no Brasil que, segundo ele, impedem o desenvolvimento do país. Na sua opinião, a autonomia e a soberania brasileiras sobre a Amazônia podem ficar comprometidas.
- ONGs estrangeiras se aproveitam da incompetência e da ingenuidade do governo - disse.
João Batista Motta declarou que, conforme aprendeu com Pelé, o cidadão deve saber a hora de sair de atividade - e que está na sua hora. O senador ressaltou que deixa a vida pública sem ter nomeado parentes para o serviço público, sem aposentadorias relativas aos cargos que exerceu - prefeito, deputado e senador - e sem ter seu nome envolvido em eventos de desvio de conduta.
Todos os senadores presentes, em apartes, despediram-se de "Mottinha", como é chamado pelos parlamentares, e lamentaram a sua decisão de afastar-se da política. Motta fez questão de que a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), a quem denominou "rosa da casa", fosse a última a fazer um aparte.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, pediu que Motta não se afastasse da vida pública e continuasse a "servir ao país". Na opinião de Renan, o senador capixaba sempre defendeu os interesses do seu estado e do Brasil.
Despediram-se de Motta, em apartes, os senadores Gerson Camata (PMDB-ES), Magno Malta (PL-ES), Heráclito Fortes (PFL-PI), Augusto Botelho (PT-RR), Aloizio Mercadante (PT-SP), Romeu Tuma (PFL-SP), Delcídio Amaral (PT-MS), César Borges (PFL-BA), Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), Mão Santa (PMDB-PI), Gilvam Borges (PMDB-AP), Eduardo Suplicy (PT-SP), Alvaro Dias (PSDB-PR), Geraldo Mesquita (PMDB-AC), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Cristovam Buarque (PDT-DF), Sérgio Guerra (PSDB-PE), José Agripino (PFL-RN) e Ney Suassuna (PMDB-PB).
21/12/2006
Agência Senado
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