João Paulo: Legislativo é o poder "menos compreendido e o mais esquadrinhado"



O presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha, afirmou na solenidade dos 180 anos do Parlamento brasileiro que o Legislativo "é ao mesmo tempo o poder menos compreendido e o mais esquadrinhado" da República. Para ele, às vezes há injustiça nos ataques feitos ao Parlamento.

- Muitas vezes, de forma injusta, o Parlamento é atacado. Não se pode julgar o conjunto dos parlamentares pela ação de um só. O que se precisa é separá-lo do resto - observou.

E quando o próprio Parlamento não exclui esse parlamentar, "o povo o faz, porque é sábio e sabe votar". João Paulo disse que a origem dos parlamentares brasileiros, com idéias, experiências, grupos sociais e conhecimentos diferentes, é responsável "pela força e pelos defeitos" do Congresso.

Ele relembrou o lento e crescente avanço da representação política no Brasil, desde o Império, ponderando que a Constituinte de 1988 foi o marco desse processo. João Paulo destacou que o senador José Sarney era o presidente da República durante a Constituinte e afirmou que ele teve "papel preponderante" na feitura da atual Constituição.

O Parlamento, conforme João Paulo, sempre teve presença importante nos momentos históricos.

- Só no século passado, o Congresso enfrentou duas ditaduras. Apesar de amordaçado, com poderes reduzidos, impedido de falar, legislar e fiscalizar, manteve sua altivez.

O presidente da Câmara opinou que o momento em que o Congresso mais se aproximou do povo foi logo após a redemocratização do final dos anos 80.



13/11/2003

Agência Senado


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