Sarney diz que Legislativo é o poder mais exposto



Apontado em pesquisa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) como uma das instituições menos confiáveis do país, o Poder Legislativo foi defendido nesta segunda-feira (10) pelo presidente do Senado, José Sarney. Ouvidas 1.700 pessoas, a pesquisa levantou que o grau de confiança no Parlamento é de 34%; no Judiciário, é de 39%; no Executivo, é de 58%; na Igreja, é de 74%; e na imprensa, é de 60%.

No entender de Sarney, o Congresso tem essa avaliação na opinião pública porque é o único poder que decide abertamente, que está sujeito a todas as críticas, a todos os juízos que são feitos sobre o Parlamento.

- Com essa exposição em que vive o Congresso, é natural que as críticas caiam mais nas costas do Legislativo - afirmou ele.

Ao analisar os dados da pesquisa, Sarney constatou que os números referentes aos três poderes são muito próximos, o que reduz o significado de o Congresso ter ficado em último lugar. Ele também observou que, no princípio do ano, a avaliação que contemplava o Parlamento era a metade do índice obtido hoje, o que, em sua opinião, -mostra que há um crescimento bastante acentuado da confiança da sociedade no Congresso-.

Na opinião do parlamentar, a pesquisa da OAB revela que os três poderes estão alinhados praticamente no mesmo nível e com o Congresso subindo de posição. Sarney enfatizou que o Parlamento é o único poder que toma decisões publicamente, o que dá oportunidade a grupos de pressão de se manifestarem contra ou a favor.

- Os outros poderes tomam decisões e não são obrigados a discuti-las em público. Eles comunicam a decisão que tomaram e não se submetem ao debate desses grupos de pressão, que quando se sentem prejudicados batem no Congresso - observou.

Sarney disse ainda que essa exposição do Parlamento é uma característica muito estudada por cientistas políticos em todos os países.

Na mesma entrevista, ele foi induzido a comentar os 60 anos da criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Disse que, num mundo em que todas as coisas mudam, evidentemente que as relações de trabalho também mudaram, até porque, como tudo o mais, sofreram a influência das inovações tecnológicas.



10/11/2003

Agência Senado


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