João Pedro diz que relatório não deveria pedir indiciamento sem ouvir acusados
Durante a discussão do voto em separado do deputado Índio da Costa (DEM-RJ) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Cartões Corporativos, o senador João Pedro (PT-AM) criticou o documento trazido pela oposição. O senador lamentou que o texto peça o indiciamento de 473 servidores públicos que teriam cometido irregularidades no uso de cartões corporativos sem ouvir os acusados.
- Não podemos brincar com a história de pais de família e pedir o indiciamento de uma lista com mais de 400 nomes sem a observância rigorosa da responsabilidade que esta CPMI tem com esses servidores - afirmou João Pedro.
O senador lamentou ainda que o voto em separado peça o indiciamento da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, por envolvimento no episódio do suposto dossiê com informações sobre gastos sigilosos no governo FHC. Para o senador, a oposição "insiste nessa tentativa de desqualificar uma ministra exemplar do governo Lula".
- Não podemos concordar com esse relatório, temos que refutá-lo à luz da responsabilidade, da verdade, do debate construído nesta CPMI, por tudo o que discutimos aqui e pelo posicionamento transparente, firme, contundente da ministra Dilma em negar o dossiê. Não existe dossiê! Existe na Casa Civil um trabalho sério, criterioso, de organizar as contas da Presidência da República - afirmou João Pedro.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) afirmou que o relatório apresentado pelo deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), relator da CPI Mista, na última terça-feira foi "parcial e insuficiente". O deputado destacou inclusive que o relatório produzido pelo relator apresenta apenas sugestões para regulamentar o uso de cartões corporativos e assim evitar novos problemas, mas lembrou que esse não é esse o objetivo da CPI Mista, que deveria ser o de investigar o uso irregular de cartões corporativos.
05/06/2008
Agência Senado
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