Joaquim adia saída do PFL e pode apoiar Ciro Gomes
Joaquim adia saída do PFL e pode apoiar Ciro Gomes
Conversa com o presidente do PFL, André de Paula, não definiu rumo
A saída do ex-governador Joaquim Francisco do PFL - considerado como o fato político mais relevante da sucessão estadual neste momento, se vier a acontecer - foi mais uma vez adiada. Nada saiu de conclusivo, ontem, da conversa mantida por ele, a portas fechadas, com o presidente do partido, André de Paula, no escritório político do parlamentar, na Ilha do Leite. Eles falaram durante uma hora e meia aproximadamente. André reiterou a convicção de que Joaquim não sobe no palanque da oposição, mas o deputado continuou fazendo mistério. "Na próxima semana, darei minha posição final", anunciou Joaquim.
Desta maneira, ele alimentou a versão de que avançou tanto no seu projeto de ser candidato a senador pelo PFL ou outra legenda que lhe garanta espaços majoritários em 2002, que não tem outro caminho a não ser arriscar uma sobrevida na oposição. No PFL, o candidato é o vice-presidente Marco Maciel. No PSDB, é o secretário de Projetos Especiais, Sérgio Guerra.
André de Paula reafirmou que faz tudo para Joaquim permanecer no PFL. O partido perdeu recentemente o ex-prefeito do Recife Roberto Magalhães e dos deputados José Múcio (federal) e Gilberto Marques Paulo (estadual). "A nossa conversa foi positiva. Ficamos de nos falar na próxima semana, quando ele terá uma definição mais concreta", destacou. André ressaltou que Joaquim é quadro para qualquer cargo majoritário. E enfatizou que o PFL sempre deu espaços majoritários a ele. "Na última campanha, o candidato natural era Roberto Magalhães. Em 1998, o PFL chancelaria a sua candidatura a senador, mas ele não quis", ponderou. Segundo ele, a presidência do PFL do Recife foi oferecida ao vereador joaquinzista Roberto Andrade, "mas o processo nada tem a ver com barganha".
Segundo o DIARIO apurou, Joaquim gostaria de atrelar sua escolha ao projeto presidencial de Ciro Gomes (PPS), mas tem consciência das incertezas no plano nacional. "Todo mundo vive hoje esta incerteza. Estou auscultando, ouvindo bases, considerando pesquisas e tempo de TV. Quando fixar uma data, darei todas as explicações", esquivou-se.
Ele está disposto a entrar no PTB do senador Carlos Wilson ou no PDT, que também pode apoiar Ciro, para consolidar uma força alternativa ao PT e à Jarbas, junto com outros aliancistas insatisfeitos como o deputado federal Armando Monteiro Neto (PMDB). As duas legendas têm bom tempo de TV. Outra opção é concorrer ao Senado por uma sigla minúscula, mesmo para perder. O objetivo seria pavimentar a volta ao Palácio do Campo das Princesas em 2006. Ele recebeu convites do PSL, PL e PST. Ontem o PRTB colocou-se à sua disposição, através do presidente Sérgio Fialho.
Joaquim também pode ir para o PSB do ex-governador Miguel Arraes, com quem nunca rompeu relações, ou sair candidato a deputado federal pelo PSDB, onde teria uma eleição mais confortável do que no PFL. O mutirão articulado pelo vereador José Neves (PMDB) para segurar Joaquim no PFL perdeu força na Câmara Municipal, porque alguns aliados consideram a questão "pessoal".
TJ cria vara do colarinho branco
O Pleno do Tribunal de Justiça de Pernambuco aprovou ontem a transformação da 15ªVara Criminal na Vara Especializada em Crimes contra a Ordem Tributária e a Administração Pública. Por 23 votos contra um (desembargador e ex-presidente do TJ, Etério Galvão), o Pleno atendeu a um pedido do Governo do Estado de Pernambuco, que vem desenvolvendo um projeto de combate à evasão fiscal. Com a nova Vara, o Estado também contará com um juiz especializado e com dedicação exclusiva para julgar crimes contra a administração pública. O Pleno é formado por 27 desembargadores. Três não compareceram por estarem de férias.
A decisão do Pleno vai ser transformada em projeto de lei que será encaminhado para apreciação da Assembléia Legislativa. Aprovado, o projeto será submetido à sanção do governador. Em seguida, o TJ lançará o edital de remoção (transformação de uma Vara em outra). A expectativa é que a Vara esteja instalada até novembro.
Com a Vara Especializada, o Estado espera agilizar os processos que envolvem sonegação e crimes do colarinho branco. A idéia, segundo o assessor da presidência do TJ, Fábio Eugênio, é que o Ministério Público do Estado tenha um canal exclusivo com o TJ para crimes dos dois gêneros. Após os fiscais da Fazenda identificarem a sonegação, enviam o caso ao MP que, rapidamente, poderá formalizar uma ação na Vara Especializada.
O TJ estima receber de 500 a 600 denúncias por ano. "A demanda deve crescer consideravelmente", avalia Fábio Eugênio. Ele explica que os crimes do colarinho branco, por serem complexos e envolverem gente com alto status, exigem um juiz com perfil específico e que exerça a função em tempo integral. O magistrado que irá ocupar a vaga ainda será escolhido. A Vara vai funcionar no Fórum do Recife. A 15ªVara Criminal e também a 14ªforam criadas mas ainda não entraram em funcionamento
Instituto debate educação
"O Novo Censo, a Educação e as Perspectivas para o Brasil no Século XXI" é o tema da palestra que será proferida pelo presidente do IBGE, Sérgio Viana, na próxima sexta-feira no auditório do Senac, às 17h. Promoção do Instituto Frei Caneca de Estudos Políticos e Sociais, o evento contará com a presença do vice-presidente da República Marco Maciel.
Maciel considera da "maior importância não só difundir os resultados desses números, pois, na interpretação deste novo Brasil, importa muito, por exemplo, sabermos que a educação está universalizada e que a taxa de analfabetismo, dentre os jovens na idade escolarizável, está diminuindo". Mas ele avalia que, apesar destes valores positivos, é de maior relevância que a sociedade se integre na permanente busca de uma educação de primeiro mundo para todo mundo, a exemplo do que vem fazendo, com o apoio dos professores e técnicos em educação, o Governo FHC.
Maciel defende ainda a excelência no processo educacional, mas chama a atenção também para uma maior qualidade de vida para o povo brasileiro. Ele lembra "a educação e a saúde como basilares à concretização de um Brasil socialmente mais justo e mais humano, sendo esta uma obra destinada aos governos em suas diferentes esferas de competência, mas sobretudo, ao engajamento das lideranças políticas e empresariais e da sociedade como um todo".
CIDADANIA - A presidente do Instituto Frei Caneca, Creusa Aragão, defende o debate das idéias "como uma forma de criar, junto à sociedade, a cidadania da participação, pois, com o aceleramento do processo de globalização, impõe-se uma maior capacitação do conhecimento, do empreendedorismo e da profissionalização". Isso, segundo ela, se dará somente pela educação.
O presidente do IBGE vai apresentar os resultados recentes do novo censo, sistematizando e sintetizando informações sobre a realidade brasileira em suas dimensões territorial, demográfica, social, econômica e política, cotejando-as com dados históricos nacionais e internacionais.
PT bate, mas João Paulo ignora Jarbas
Os petistas voltaram a bater na gestão do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) e no presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O programa partidário do PT, que esteve ameaçado de não ir ao ar devido a uma ação impetrada pelo PMDB ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), foi ao ar ontem recheado de críticas. O prefeito do Recife mais uma vez foi poupado de questionar a administração de Jarbas. João Paulo agiu como se o Governo estadual não existisse. Mirou sua metralhadora verbal para FHC, acusando o presidente da República de ser o responsável pela exclusão social.
O PT, por sua vez, escalou os deputados Paulo Rubem Santiago e Sérgio Leite, além do secretário municipal de Saúde, Humberto Costa, para agir como verdadeiros pugilistas. Humberto acusou o governador de ter feito promessas que não foram cumpridas. "Mesmo apoiando FHC e Marco Maciel, Jarbas só fez piorar Pernambuco", disse. O dinheiro da venda da Celpe também foi questionado. "Mesmo com R$ 2 milhões da Celpe, Jarbas não conseguiu erguer o Estado. Pernambuco está falido", disse. Já Sérgio Leite preferiu atacar a questão do alto índice de violência no Estado e Paulo Rubem tratou de criticar a sonegação fiscal.
A duplicação da BR 232, menina dos olhos do Governo do Estado, foi outro alvo dos petistas. Eles criticaram os indícios de superfaturamento da rodovia. O vídeo também procurou vincular a imagem de Jarbas ao do Governo federal. Na telinha, cartas de baralho com as imagens de Jarbas, do vice-presidente da República, Marco Maciel, e do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, foram exibidas como peças que deveriam ser descartadas.
RESPOSTA - O secretário estadual de Governo e presidente do PMDB, Dorany Sampaio, repudiou o programa petista. "Quem nunca trabalhou nem produziu nada e apoiou um Governo fracassado e eticamente discutível pelo escândalo dos precatórios fica incomodado com uma administração progressista a competente". Dorany disse ainda que "não é à toa que Jarbas está sendo lembrado para presidente".
Jarbas poderá disputar a Presidência
Assim como fez o PFL com Roseana Sarney, PMDB utilizará mídia nacional para promover o governador
Vitoriosa na convenção nacional do partido, realizada no último domingo, a ala governista do PMDB vai tentar convencer o governador Jarbas Vasconcelos a aceitar ser candidato à sucessão presidencial. O assunto deve fazer parte das conversas que Jarbas terá hoje, em Brasília. Ele viaja de manhã para participar da reunião do novo diretório, quando será escolhida a executiva peemedebista.
O principal defensor da proposta é o novo presidente peemedebista, deputado federal Michel Temer (SP). Já na convenção, domingo, o assunto chegou a ser tratado por alguns líderes. A escolha do candidato do partido será definida em eleição prévia, marcada para 20 de janeiro.
A candidatura própria teria o efeito de aumentar a força do partido na disputa por espaço na sucessão - uma tática semelhante a que o PFL vem fazendo com o nome da governadora do Maranhão, Roseana Sarney. No caso de Jarbas aceitar ser candidato, o PMDB poderia colocar à sua disposição as inserções que o partido dispõe na rádio e na TV - assim como feztambém o PFL com Roseana. São 57 comerciais de 30 segundos cada um deles, veiculados em horário nobre.
Na última vez que esteve no Recife, no final do mês passado, Temer falou da candidatura, mas Jarbas a descartou, afirmando que seria candidato em Pernambuco - ao Senado ou à reeleição. "Mas quanto mais candidatos na prévia, melhor. E tanto dentro quanto fora do PMDB, Jarbas é um nome com fortes atributos para uma eleição presidencial: tem uma história de honradez, de gestor competente e de posições firmes", disse ontem o presidente do partido em Pernambuco, Dorany Sampaio.
O problema enfrentado pelo PMDB é que, das duas candidaturas postas de peemedebistas à Presidência da República - as do senador Pedro Simon (RS) e do governador Itamar Franco (MG) -, nenhuma tem o entusiasmo da ala governista do partido. Derrotado na convenção, Itamar pode sair do PMDB e ir para o PDT, segundo ele mesmo tem admitido. Já Pedro Simon, embora não seja tão crítico em relação ao governo Fernando Henrique Cardoso quanto Itamar, tem defendido que o partido assuma uma postura oposicionista.
DISPUTA - Na convenção a ala governista do PMDB obteve 62% dos votos, contra 38% dos que desejavam ver o partido na oposição a FHC. Na ocasião foi escolhido o diretório nacional, com Michel Temer na presidência. Hoje este novo diretório escolhe a executiva do partido. Nomes como Dorany Sampaio, em Pernambuco, e Geddel Vieira Lima (BA), líder do PMDB na Câmara, defendem que os setores derrotados não sejam representados na executiva.
Relatório vai condenar Barbalho
Romeu Tuma garante que comissão dispõe das provas para processar peemedebista
BRASÍLIA - O senador Romeu Tuma (PFL-SP) afirmou, ontem, que a comissão criada para investigar denúncias contra o presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), conseguiu provas de que ele foi beneficiado pelos desvios de recursos do Banpará (Banco do Estado do Pará). A comissão vai apresentar hoje, ao Conselho de Ética, seu relatório final, recomendando abertura de processo contra o peemedebista por quebra de decoro. O relatório não fará indicação de pena, embora a Constituição estabeleça a cassação do mandato para casos de quebra de decoro.
O presidente do Conselho, Geraldo Althoff (PFL-SC), pretende colocar o relatório em votação até quinta-feira. Na sexta, ele entregará o cargo ao peemedebista Juvêncio da Fonseca (MS). Se o relatório for aprovado, irá à Mesa Diretora do Senado que, se acolher a proposta, devolverá o caso ao Conselho para o processo propriamente dito, encerrando o prazo para que uma eventual renúncia de Jader interrompa o processo.
Caberá ao Conselho propor a pena, que, se for cassação ou suspensão do mandato, terá de ser aprovado no plenário. A principal acusação que constará do relatório será que Jader faltou com a verdade ao negar, em seu depoimento na comissão, ter se beneficiado dos desvios ocorridos no Banpará em 1984, quando era governador do Estado. O banco Itaú confirmou à comissão operações bancárias citadas no relatório do inspetor do Banco Central, Abrahão Patruni Júnior, que foram contestadas por Jader em seu depoimento.
O relatório será assinado pelos senadores Tuma e Jefferson Péres (PDT-AM). O outro integrante da comissão, João Alberto Souza (PMDB-MA), disse que não concorda com as conclusões dos colegas e que irá apresentar um voto em separado. "Nos autos não encontramos nenhuma prova contra o senador Jader. Não foi encontrado um cheque depositado na conta do senador e não tem um documento assinado por ele", disse João Alberto.
Jader será acusado de tentar obstruir as investigações da comissão por ter retido em seu gabinete por três meses um requerimento do senador José Eduardo Dutra (PT-SE) que requisitava do BC todos os relatórios sobre os desvios do Banpará. A comissão também acusará Jader de tentar obstruir as investigações de outra denúncia: a de que ele mentiu ao afirmar ter lançado em suas declarações de renda a compra de uma fazenda do empresário José Osmar Borges, considerado um dos maiores fraudados da extinta Sudam.
MPF denuncia Itamar Franco por calúnia
BRASÍLIA - A pedido do ministro da Justiça, José Gregori, o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, denunciou ontem na Justiça o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB). Brindeiro quer que Itamar seja condenado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelos crimes de difamação e injúria. De acordo com o chefe do Ministério Público Federal (MPF), o governador ofendeu a honra do presidente FHC, ao afirmar que o presidente é capaz de fraudar a eleição de 2002.
Na semana passada, Itamar disse que Fernando Henrique não quer perder o poder e que, por esse motivo, usa várias armas, até mesmo a corrupção. O governador afirmou que o presidente "vai jogar pesado na eleição de 2002". "Ele vem usando métodos pouco ortodoxos, como essa equação de liberação de verbas e de corrupção", acusou Itamar. Um desses mecanismos seria a liberação, por meio de ministros, de verbas para peemedebistas em troca de votos no presidente nacional eleito do PMDB, deputado Michel Temer (SP), na convenção do partido. Se for condenado, Itamar estará sujeito à detenção por um período de três a 18 meses e pagamento de multa (no caso de difamação) e à prisão de um mês a um ano e pagamento de multa (pela suposta injúria).
Artigos
BR-232: Freud explica!
Maurício Costa Romão
É de estarrecer o comportamento de certos segmentos da oposição ao governo Jarbas Vasconcelos, no que tange às obras de duplicação da BR-232. Em algumas ocasiões, esse comportamento chega a ser mesmo tragicômico, tal como naquele episódio em que um parlamentar futucou um milimétrico trecho da estrada, no qual o pavimento estaria supostamente mal aderido ao solo, tentando passar a falsa imagem para a sociedade, de que a estrada não tinha boa qualidade de construção. A encenação não surtiu o efeito desejado e, ademais, foi tecnicamente mostrada ter sido de um primarismo ímpar.
Esse oposicionismo mesquinho e, sob todos os títulos, deplorável, tem suas motivações facilmente identificáveis. Primeiro, a duplicação é uma promessa de campanha do governador Jarbas, que está sendo cumprida. Isso fere de morte a oposição, pois qual é o discurso que se tem contra o cumprimento da palavra empenhada e contra quem apenas demonstra ser coerente e determinado?
Segundo, a obra pela sua grandiosidade e importância estratégica, dá perenidade a seu autor. Isso é inadmissível aos invejosos que, não tendo sido eles a produzi-la, não suportam vê-la pronta, palco permanente de reverenciação e enaltecimento ao seu construtor.
Terceiro, a construção da estrada, mais que uma majestosa obra de engenharia e de infra-estrutura econômica e social, vem, em especial e fundamentalmente, concretizar mais de 50 anos de sonhos reprimidos da coletividade. Mas, por que tem que ser Jarbas, o desafeto da situação, o principal adversário, a tornar realidade a histórica aspiração desse povo? A oposição não consegue engolir isso.
Buscando alguma base de sustentação para justificar sua incoerência, o oposição monta uma estratégia, que mais apequena a sua já liliputiana dimensão: como não está conseguindo evitar que a obra seja levada a termo (apesar das inúmeras e infrutíferas tentativas), tenta desqualificá-la de alguma forma. E que argumentos usa para dar curso a essa nefanda estratégia? Desde os mais infames, como denúncia de corrupção, até os mais pueris, como o de que a responsabilidade da construção é do Governo federal.
Atônita, encurralada e, o que é pior, sem discurso, porque não pode ser abertamente contra a estrada, já que vox populi Dei, a oposição se enreda nas suas próprias contradições, a mais evidente das quais é a de entoar cânticos desmerecedores da obra e, ao mesmo tempo, intitular o Governo de "Governo de uma obra só", reconhecendo implícita e explicitamente sua importância. Essa ambiguidade dá vazão a que se remeta o assunto a Aristóteles.
Na lógica aristotélica, um princípio impõe-se por sua evidência irrefutável, o princípio da não contradição, segundo o qual "é impossível à mesma coisa, ao mesmo tempo, pertencer e não pertencer à mesma coisa e sob o mesmo aspecto". Simbólica e simplificadamente: A é A, e A não pode ser A e não-A ao mesmo tempo.
O posicionamento ambíguo da oposição contrapõe-se à lógica aristotélica e afronta o princípio da não-contradição: é a favor da obra e não o é ao mesmo tempo ("é uma demanda antiga, mas..."). Considera uma obra estratégica para o desenvolvimento de Pernambuco e não considera ao mesmo tempo ("é estrutural, mas..."). Reconhece que é uma obra de grande impacto socioeconômico e não reconhece ao mesmo tempo ("é importante, mas..."), e por aí vai...
Já que o aristotelismo lhe expõe as vísceras da sua fraqueza lógica, a oposição busca refúgio para o seu desconforto em Freud, que lhe dá guarida através do conceito freudiano de ambivalência, como fundamento no qual se pode sentir amor e ódio, ao mesmo tempo, pela mesma pessoa. A oposição agora tem discurso! Mas, cabe uma pergunta: não seria mais natural, para não dizer mais ético, ter uma postura tal como a manifestada pela Graúna?
Colunistas
DIARIO POLÍTICO
O preço do PMDB
Depois que o PFL, com competência, conseguiu fazer de Roseana Sarney o nome mais forte do partido para disputar a presidência da República, chegou a vez do PMDB fazer a mesma coisa. Quando conseguiram aprovar a tese da candidatura própria em 2002, na convenção do último domingo, os peemedebistas não perderam tempo e começaram a investir pesado em Jarbas Vasconcelos, lançado como um dos nomes que poderá disputar as prévias que escolherão o candidato do PMDB no início do próximo ano. Apesar dele já ter sido lembrado, insistentemente, para compor a chapa de José Serra, o virtual candidato do PSDB a presidente. Como dois dos três partidos que dão sustentação ao presidente FHC partem com tanta antecedência para anunciar que terão candidaturas próprias, faltando mais de um ano para a realização das eleições, a conclusão é uma só: o PFL e o PMDB estão ganhando fôlego para se fortalecer e disputar a vaga de vice na chapa que terá o apoio do Palácio do Planalto para concorrer à Presidência. E ao derrotar Itamar Franco(PMDB-MG), impedindo que seu candidato, Maguito Vilela (PMDB-GO), chegasse ao comando do partido, o PMDB governista não hesitará em cobrar caro pelo serviço prestado a FHC. E o preço poderá ser a vaga de vice, que hoje pertence a Marco Maciel, do PFL. Com isso, acaba o sonho do governador de adiar para o próximo ano o debate sobre a sucessão. Pois a largada foi dada e ele não tem mais como parar essa corrida.
Inocêncio Oliveira (PFL) e o prefeito João Freire fazem festa em Cabrobó, hoje, quando inauguram na cidade duas quadras poliesportivas, mercado público e galpão de hortifrutigranjeiros
Narciso
José Arlindo diz que o jabuti utilizado pelo PT nos programas de televisão é narcísico: " Foi inspirado no próprio partido que demora demais para fazer qualquer coisa". O secretário de Planejamento de Jarbas Vasconcelos acha que Luiz Inácio Lula da Silva deve se apressar " porque se a população decodificar isso, ele vai se atrapalhar bastante".
Achado
João Paulo achou o celular que havia perdido no dia 7 de Setembro. Na verdade, o prefeito havia esquecido o telefone no carro oficial da PCR e o encontrou assim que saiu do desfile militar.
Perto
Os pós-comunistas pernambucanos poderão ficar mais perto de Jarbas Vasconcelos no final do ano. Porque em dezembro, Byron Sarinho deverá assumir a presidência do diretório estadual do partido, substituindo Eduardo Carvalho, que não admite nem em sonho uma aproximação com o governador.
Censo
Marco Maciel vem assistir, dia 14, a palestra do presidente do IBGE, Sérgio Viana, sobre o tema O Novo Censo, a Educação e as Perspectivas para o Brasil no Século XXI. Às 17h no auditório do Senac.
Eleição
Pedro Eugênio (PPS-PE) tem o aval de Fernando Ferro (PT-PE) se quiser entrar no PT. O deputado petista disse, ontem, que não tem nada contra a entrada do pós- comunista no seu partido, porque não teme essa disputa eleitoral.
Mutirão 1
Jorge Chacrinha (PMDB) é um dos vereadores que discorda do mutirão proposto por José Neves (PMDB) para segurar Joaquim Francisco no PFL, "apesar do maior respeito que tenho pelo deputado".
Mutirão 2
Disse que, no ano passado, pefelistas e peemedebistas sofreram por falta de cauda, pediram ajuda aos deputados, ninguém ajudou e muitos vereadores não se reelegeram. E nada mais disse nem era preciso.
Homenagem
A Câmara dos Deputados realiza, hoje, sessão solene em homenagem ao DIARIO DE PERNAMBUCO, por iniciativa do deputado Marcos de Jesus (PL-PE). O vice-presidente, Joezil Barros, representará o jornal em Brasília.
Luciano Siqueira garante que nunca torceu nem está torcendo para que João Paulo seja escolhido candidato do PT ao Governo do Estado, no lugar de Humberto Costa, para ele assumir a PCR: "Essa é uma especulação irracional".
Editorial
Insulto à racionalidade
Não correspondeu às expectativas da opinião pública a aprovação do Código de Ética e Decoro Parlamentar pela Câmara dos Deputados. Os avanços na imposição de regras para disciplinar a conduta dos parlamentares segundo adequados padrões morais foram frustrantes, para não dizer pífios. No geral, mantiveram-se as regras de proteção corporativista, até mesmo quando permite à Mesa Diretora, e só a ela, o acesso aos dados pessoais dos deputados sobre patrimônio, renda e outros.
Com tão escassa disposição de eleger a ética como indicativo obrigatório para o exercício dos mandatos, não se retoca ao mínimo a face desgastada do Legislativo. Uma das restrições acolhidas no projeto raia ao escândalo, não sem antes atropelar a lógica. Está previsto que as transgressões ao Código de Ética só serão objeto de investigação diante de provas concretas. Indícios de comportamento punível, consistentes ou não, não servirão como fundamento para a abertura do processo investigativo.
Ora, só se podem colher provas dos fatos antiéticos a partir de investigação com base nos indícios. E se, desde logo, existem provas, os atos investigativos resultam desnecessários. O insulto à racionalidade acoberta o interesse de obstruir no nascedouro qualquer tentativa de enquadramento de eventuais infratores. Se raciocínios pervertidos do gênero tivessem prevalecido em casos ainda recentes, alguns parlamentares não teriam sido cassados e outros optado pela renúncia.
Trata-se de ponto em que o código retrocede no plano moral. Lastimável, também, é que a Câmara tenha aprovado verba de R$ 4,5 milhões para cobertura de gastos com propaganda quase na mesma hora em que se discutia a questão ética. A Casa está equipada com emissora de rádio, agência de notícias e estação de tevê. Não há explicação nenhuma capaz de justificar o ato perdulário, exatamente no instante em que o país experimenta grave crise financeira.
Exemplos tão expostos às justas censuras da sociedade explicam, contudo, os elevados índices de reprovação popular ao desempenho do Congresso. Pesquisa realizada durante o 13º Congresso Brasileiro de Jornais, em agosto, mostrou que o Poder Legislativo figura entre as instituições menos confiáveis do País. O Código de Ética voltará ao plenário da Câmara para votação em turno final. Até lá, abre-se espaço para convertê-lo em instrumento capaz de eliminar privilégios e ampliar o horizonte moral da atividade parlamentar. É oportunidade que não se deve perder para atenuar o baixíssimo conceito da instituição. De outro modo, não se poderá dizer depois que o povo é injusto com o Congresso, mas vítima de seu desprezo ao senso moral.
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