JOSÉ ALVES EXIGE COMBATE A ENDEMIAS



Ao saudar a posse de José Serra no ministério da Saúde, o senador José Alves (PFL-SE) manifestou sua preocupação com a situação do setor no Brasil, onde endemias praticamente erradicadas estão tomando novo fôlego. Reportando-se ao Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril, afirmou que os índices de desempenho do setor indicam que o Brasil tem "muito mais a refletir do que comemorar".

- Refiro-me à hanseníase, ao sarampo, à tuberculose e especialmente à dengue, que já havia sido neutralizada duas vezes, nas décadas de 50 e de 80, e hojerepresenta séria ameaça à população - disse o senador, esclarecendo que mais de 500 cidades brasileiras correm risco de dengue hemorrágica, doença muitas vezes fatal.

Para José Alves, entre os fatores que concorreram para a deteriorização do quadro de saúde pública, temos a face perversa do Plano Real, com o crescimento do desemprego e as reformas estruturais apressadas feitas na Saúde,para tentar corrigir o peso da burocracia oficial, mas que resultaram em sérios prejuízos em áreas operacionais como assistência médico-hospitalar e vigilância sanitária, esta última a responsável pelo controle das endemias.

A dengue preocupa mais nesse momento, por causa do crescimento exponencial do número de casos. "Em 1997, foram 240 mil casos, 57 mil a mais do que em 96. Em janeiro do corrente ano, o crescimento foi de 685% em relação a janeiro de 97. Há cidades brasileiras com nível de infestação de 40 ou mesmo 50 por cento. Em97, 80 %dos casos foram situados no Nordeste, virtualmente tomado pelo mosquito mas em 98 o mosquito vem assaltando outras regiões do país, especialmente o Sudeste", alertou.

José Alves elogiou as prioridades anunciadas para a gestão Serra, como austeridade e controle de gastos, campanhas de vacinação, estímulo à implantação plena do Sistema Único de Saúde, melhoria do atendimento em hospitais e postos de saúde e um combate frontal à dengue. " Mesmo sem ser médico, acredito que possa realizar um trabalho valioso em termos de planejamento, administração e operacionalização das atividades do ministério, visto que identificou, de imediato, pontos fundamentais da saúde pública que precisam ser reforçados", concluiu.



08/04/1998

Agência Senado


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