JOSÉ ALVES VÊ CONTRADIÇÃO DO GOVERNO NA ÁREA DA SAÚDE



O senador José Alves (PFL-SE) disse hoje (dia 2) que o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso é contraditório, nos discursos e nas ações, no que se refere ao saneamento das deficiências estruturais da saúde pública brasileira.

- De um lado, o governo promete revigorar o Sistema Único de Saúde, estabelecendo diretrizes mais descentralizadoras; de outro, o mesmo governo se recusa a propor elevação na dotação orçamentária destinada à saúde pública. Em flagrante descumprimento da Lei de Diretrizes Orçamentárias, o governo federal já expressou a intenção de reduzir os recursos destinados à área - afirmou.

José Alves destacou relatório do Unicef, intitulado "Situação Mundial da Infância - 1997", publicado em dezembro último, que coloca o Brasil na 79ª posição, entre 191 países, em número de crianças mortas antes dos cinco anos de idade. Conforme explicou, o estudo utiliza critérios objetivamente determinados e universalmente aceitos.

- Em cada mil crianças brasileiras que nascem, nada menos do que 52 morrem antes de sequer completarem cinco anos. Em que pese ao fato de o Unicef reconhecer um perfil de sensível melhora no desempenho brasileiro nos últimos anos, não há como cogitar uma postura de apoio às políticas de saúde adotadas pelo atual governo - assinalou.

Na opinião de José Alves, o governo federal parece distante dos apelos das populações mais miseráveis e indiferente às causas sociais mais prementes. "Em vez disso, prefere canalizar seus interesses à disseminação dos planos privados de saúde, que proliferam no país como mercadorias de luxo, sem qualquer controle sobre a qualidade do serviço prestado", acentuou.

- A imprensa tem denunciado o quanto os planos privados se transformam em sórdidas máquinas de reprodução capitalista, insensíveis às dores e às agonias físicas do ser humano. De um lado, o cidadão brasileiro se vê constrangido pela precariedade do sistema público de saúde; de outro, se vê explorado, vilipendiado diante da truculência dos planos privados - frisou.



02/02/1998

Agência Senado


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