José Jorge diz que medidas tomadas pelo governo não vão resolver a crise política



O senador José Jorge (PFL-PE) protestou contra a estratégia do governo para debelar a crise política. Segundo ele, é inadmissível que, em vez de afastar o ministro da Casa civil, José Dirceu, ou mudar a política econômica que vem sendo criticada pela oposição, o governo decida formar uma força-tarefa para liberar emendas de parlamentares "bem comportados" e já tenha destinado R$ 1,8 bilhão para esse objetivo.

- Esse dinheiro não é do presidente Lula, nem do PT, esse dinheiro vem de impostos, ou seja, é da população. E o jantar-festa até as 2 horas da manhã, com boa bebida e comida na casa do presidente da Câmara, João Paulo, para reconstruir a base de sustentação parlamentar, quem terá pago? Foi o contribuinte, porque as despesas das residências dos presidentes da Câmara e do Senado são custeadas com dinheiro público - disse.

Segundo José Jorge, iniciativas como promover campanha de publicidade no valor de R$ 8 milhões, impedir que diretores da Caixa Econômica Federal (CEF) venham depor no Congresso e criar dois novos ministérios para acomodar aliados políticos não vão debelar a crise.

- Somente um governo incompetente e de vocação autoritária pode imaginar que a crise será debelada sem a investigação profunda dos fatos e a punição dos culpados. Volto a dizer: a Comissão Parlamentar de Inquérito é o instrumento necessário e adequado para esclarecer os fatos - observou.

José Jorge criticou, ainda, o que chamou de falta de sensibilidade social do governo que, até hoje, não liberou verbas para atender os flagelados do Nordeste. Se há verbas para emendas de parlamentares ou campanha de publicidade, tem que haver para atender as necessidades das camadas mais carentes da população, concluiu.



26/03/2004

Agência Senado


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