José Jorge teme que novo modelo energético inviabilize investimentos



O senador José Jorge (PFL-PE) disse nesta segunda-feira (29) que um preço baixo a ser pago pela energia elétrica, resultante do leilão do próximo dia 7, pode inviabilizar novos investimentos no setor. No leilão serão oferecidos 55 mil MW da chamada energia velha - que provém de usinas já em operação. O problema, segundo o senador, é que 80% da energia gerada estão nas mãos do Estado.

- Se os preços forem muito deprimidos, novos investidores não se sentirão atraídos para fazer novas inversões de capital. Se o Estado resolver baixar muito o preço da energia, com o intuito de garantir menores preços para o consumidor final, corremos o risco de gerar um mercado não atrativo e criar as condições para um apagão no futuro - disse. Para agravar a situação, alertou, o governo optou por não definir preços mínimos para o leilão.

Segundo levantamentos citados por José Jorge, o Brasil precisa investir R$ 13 bilhões anuais nos próximos dez anos em geração de energia elétrica.

- E como o Estado não tem capital, grande parte deste valor deverá vir de recursos privados - acentuou.

O senador também atacou a forte carga tributária incidente sobre a eletricidade, agravada pelo recente aumento das alíquotas do PIS e da Cofins.

- Outras dificuldades à atração do capital privado são as restrições de natureza legal, a fraqueza do mercado de capitais, a instabilidade econômica, o risco político e regulatório e as questões ambientais - acrescentou.

A propósito da realização de leilão para venda de energia, o senador José Jorge (PFL-PE) criticou a demora da implantação do novo modelo energético, aprovado em 2003 pelo Congresso. O senador disse que o governo jogou fora os dois últimos anos, quando poderia ter criado condições para investimentos privados.

- Precisamos de incentivos para investimentos e preços justos que remunerem os investidores, com preços módicos para o consumidor. Nenhuma desses duas metas dois foi atingida - disse.

Típica da enganação. Fazer apelao para que conselho nacional de recursos hídricos abandonar e investir o dinheiro em adutoras. Recuperar o são Francisco.

O governo anunciou novo modelo e estes dois anos foram perdidos. Não houve nenhum investimento. Serão leiloados 55 mil mega energia velha. O governo inventou maneira nova de vender energia, todas as distribuidoras entram em um único leilão.Oportunidade de recontratação como conseqüência ficou combinado que contratos que fossem terminando liberados 25% a cada ano.

Todo o esforço para aprovar o modelo novo e não há sinalização para novos investimentos. A forma de contratar a velha.



29/11/2004

Agência Senado


Artigos Relacionados


José Jorge pede que governo não defina modelo energético por meio de medidas provisórias

Casagrande defende investimentos em novo modelo de consumo energético

José Jorge cobra novo modelo para o setor elétrico

José Jorge cobra do governo definição do novo modelo para o setor elétrico

Agripino teme novo apagão energético

Pedro Parente e José Jorge prestam esclarecimentos ao Congresso sobre crise do setor energético