José Jorge cobra novo modelo para o setor elétrico
O senador José Jorge (PFL-PE), que foi ministro de Minas e Energia no governo passado, cobrou da tribuna, nesta segunda-feira (10) o novo modelo para o setor elétrico (já parcialmente privatizado), anunciado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva. Lembrou que já estamos próximos do fim do ano e até agora não saiu uma linha sobre como será o novo sistema.
- Já me disseram que este foi um ano em que nenhuma empresa de energia apertou parafuso novo. Ninguém investe. Todas as empresas estão inseguras. Insegurança sobre o atual modelo, que vai mudar, e sobre o novo, que dele nada se sabe - lamentou.
A sorte do governo Lula, conforme José Jorge, é a recessão econômica, as chuvas normais no Sudeste, a economia de energia elétrica que a população passou a fazer e o aumento de geração obtido com os projetos lançados no governo passado. Não fosse isso, continuou, o Brasil estaria enfrentando até mesmo a possibilidade de um racionamento.
A barragem de Sobradinho, no Rio São Francisco, está com apenas 13% de sua capacidade em água, quando o mínimo é de 15%, informou José Jorge. A toda a instabilidade da mudança de modelo, soma-se a posição do governo -contrária a tudo que as agências reguladoras fazem-, criticou. O senador taxou de inexperiência o anúncio das mudanças e, mais de dez meses depois, não existir -uma linha sequer- sobre o novo modelo.
José Jorge sugeriu que o governo divulgue ainda este ano o conteúdo do novo modelo, para debates e recebimento de sugestões do setor, porque -para votação não dá mais tempo-.
- Do contrário, vamos acreditar que o governo encontra dificuldades em elaborar o novo modelo e que o modelo anterior não era tão ruim quanto de dizia - afirmou o senador.
Em aparte, o senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA), também ex-ministro de Minas e Energia, alertou que a soma de falta de chuvas, falta de investimentos e falta de marco regulatório leva ao racionamento de eletricidade. Ele disse que é preciso também definir claramente a regra para as termoelétricas e para o preço do gás.
10/11/2003
Agência Senado
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