José Maranhão cobra resposta rápida do Poder Executivo em relação à crise do setor aéreo



Ao abordar a crise do setor aéreo no Brasil, nesta quinta-feira (8), o senador José Maranhão (PMDB-PB) cobrou do Poder Executivo soluções rápidas para fazer frente àquilo que ele disse considerar o resultado de "décadas de descaso e descuido". Ele lembrou que, mesmo antes do acidente com o Boeing da Gol, em setembro do ano passado, a crise da Varig já vinha alertando para a necessidade de se discutir os conflitos institucionais que envolvem os diversos órgãos e a falta de prioridade atribuída ao setor. Para o senador, em relação à crise atual, não houve treinamento de pessoal condizente com a demanda por serviços, entre muitos outros problemas.

O senador observou que a população brasileira sempre acreditou que voava "em céu de brigadeiro". No entanto, afirmou ele, há anos relatórios oficiais clamam por providências e atentam para a precariedade dos equipamentos utilizados e para o reduzido número de controladores. O treinamento leva tempo, observou, e, enquanto não se efetuam novas contratações, o setor, com demanda crescente, não pode parar. Como resultado, a jornada de trabalho extrapola os limites definidos em lei e os riscos de erros aumentam. Além disso, ele acrescentou que os salários aviltados pelas políticas vigentes para o setor público não oferecem incentivos a novos candidatos.

O parlamentar salientou ainda que, mundialmente, o transporte aéreo vem sendo objeto de desregulamentação, tema que, como ele observou, provoca acalorados debates no país. Maranhão pontuou que idéia de privatização e de desmilitarização do setor, particularmente do controle do tráfego, "são ainda difíceis de digerir pela maioria das autoridades".

- A desmilitarização foi exacerbada pela criação da ANAC [Agência Nacional de Aviação Civil], que, por sua vez, não parece ter-se adaptado às peculiaridades do setor. As respostas evasivas de seus diretores e o desconhecimento de princípios básicos que orientam a navegação aérea e seus serviços deram a impressão de que a agência não se estruturou efetivamente para atender aos seus objetivos - disse ele.

Apesar de toda a crise, José Maranhão destacou que o Brasil sempre teve a satisfação de figurar dentre os dez países de maior segurança de vôo e de melhor indústria aeronáutica e frisou que a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) é uma das três maiores do mundo no setor. Ele também chamou a atenção para a qualidade dos profissionais que atuam na área.

08/02/2007

Agência Senado


Artigos Relacionados


Senadores debatem relação entre o TCU e o Poder Executivo

Elevação da meta de superavit primário é resposta à crise e não tem relação com a Selic, diz Mantega

José Maranhão diz que Congresso não faz corrupção sem o Executivo

CRE debaterá crise no setor aéreo

Brasil deve seguir exemplo da África do Sul em plano para setor aéreo e terrestre, afirma secretário-executivo

Renan recebe relatório do TCU sobre crise no setor aéreo