José Nery explica ocupações e defende o MST



O senador José Nery (PSOL-PA) afirmou da tribuna do Senado, nesta quarta-feira (22), que a ocupação de fazendas, estradas e prédios públicos é a única forma de o Movimento dos Trabalhos Rurais Sem Terra (MST) ter suas reivindicações ouvidas pelo Congresso Nacional, pelo Executivo e pelo Poder Judiciário. O senador lembrou que o MST realiza neste mês mais uma jornada de luta em defesa de sua proposta de reforma agrária.

José Nery afirmou que a crise econômica chegou ao campo brasileiro, atingindo duramente o setor.

- Os latifúndios do agronegócio, tão bem defendidos hoje aqui pela nossa colega, senadora Kátia Abreu, já desempregaram 270 mil assalariados desde novembro de 2008 - comentou Nery. - As vinte maiores agroindústrias desempregaram quase cem mil operários de suas fábricas. O MST denuncia que essas empresas continuam recebendo apoio governamental, enquanto os trabalhadores rurais pobres do campo ficam em segundo plano.

De outra parte, segundo o senador, foram cortadas as verbas federais para o apoio à pequena produção e ao assentamento das famílias. Ele disse que para o Orçamento de 2009 haviam sido aprovados recursos da ordem de R$ 957 milhões. Em função da crise, esses recursos foram reduzidos em 41%, baixando para R$ 561 milhões.

- Segundo o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária], com essa redução será possível assentar apenas 17 mil famílias e não as 75 mil, meta anteriormente prevista pelo governo para o ano de 2009 - explicou José Nery.



22/04/2009

Agência Senado


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