JUCÁ CONDENA CONVITE DE NEUDO CAMPOS PARA QUE CAMPELO ASSUMA SECRETARIA



Após ter renunciado à superintendência da Polícia Federal por denúncias de prática de tortura, é inadmissível que João Batista Campelo reassuma a Secretaria de Segurança do estado de Roraima, a convite do governador Neudo Campos, disse nesta segunda-feira (dia 21) o senador Romero Jucá (PSDB-RR).- O delegado perdeu a condição de ocupar a Secretaria, a não ser que a tortura represente algo a ser banido apenas da linha do Equador para baixo - ironizou.Caso o governador insista no convite, o senador o responsabilizou previamente por qualquer fato que porventura decorra da nomeação de Campelo e convocou a Ordem dos Advogados do Brasil de Roraima e nacional, assim como os segmentos sociais envolvidos com a luta pelos direitos humanos, a exercerem vigilância estreita sobre os atos do delegado. Mais do que impunidade, o convite do governador, na opinião de Jucá, representaria uma aprovação dos atos pelos quais Campelo foi condenado pela opinião pública nacional.Para o senador, tortura é assunto nacional e Roraima não pode ser transformado num estado "fiel depositário do restante do entulho autoritário".A senadora Heloísa Helena (PT-AL) elogiou a posição tomada por Jucá e considerou que a nomeação constituiria uma espécie de prêmio para o delegado, o que seria inaceitável. Marina Silva (PT-AC), por sua vez, registrando que a renúncia de Campelo foi uma vitória da democracia, lamentou a mentalidade de que "tudo pode" nos estados nortistas. "Todos devem rejeitar que ele seja premiado em qualquer lugar desse país", ainda mais se o propósito do governador for exatamente o de usar seus "serviços", disse.Antero de Barros (PSDB-MT) também concordou em que, "se não serve torturador para a Polícia Federal, também não serve para ser secretário de Segurança de Roraima" e considerou o convite do governador "uma atitude de deboche". Como assistiu aos depoimentos do ex-padre José Antônio Monteiro e do delegado João Batista Campelo à Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Antero afirmou ter visto "que Campelo foi defendido pelo que existe de pior em representação política no país", citando o deputado Jair Bolsonaro. Antero de Barros também lamentou que o chefe da Casa Militar da Presidência da República não tenha sido sequer advertido publicamente: "O setor de inteligência precisa ter mais responsabilidade ao passar informações para o presidente".

21/06/1999

Agência Senado


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