Jucá diz que relação com oposição está sendo reconstruída
Um dia depois de conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a derrota do governo na votação da medida provisória que criava a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, o líder Romero Jucá (PMDB-RR) disse nesta sexta-feira (28) que tem trabalhado para aproximar os partidos da coalizão governamental e que considera restabelecida a normalidade.
Em entrevista concedida à saída do Plenário, Romero Jucá também respondeu a pergunta relativa à situação do presidente do Senado. "E quanto à questão Renan Calheiros?", indagaram-lhe.
- Eu acho que na questão do Renan o Plenário se pronunciou majoritariamente. Existem outros procedimentos seguindo seu curso normal no Conselho de Ética, portanto acho que ninguém deve antecipar qualquer tipo de manifestação. Qualquer manifestação não ajuda a formar o clima e a construir o processo de votação. Acho que na hora que o Conselho de Ética se manifestar, aí sim vamos ter os desdobramentos daquilo que foi efetivamente apurado - respondeu o líder.
Romero Jucá também disse que, nessa retomada da normalidade nos trabalhos legislativos, a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) não corre riscos e, depois de votada em segundo turno na Câmara, deverá estar chegando ao Senado em torno do dia 15 de outubro, devendo ser votada em novembro.
- A política é a arte de buscar a convergência e é esse trabalho que estamos fazendo aqui. Vamos ajustar qualquer curto-circuito antes da votação da CPMF - anunciou.
O líder do governo definiu o que os jornalistas chamaram de "rebelião do PMDB" como uma manifestação legítima em uma democracia. E explicou que a ele cabe agora buscar o entendimento com o líder peemedebista Valdir Raupp (RO) para que este faça um levantamento das insatisfações da bancada com algum erro cometido pelo governo em sua relações com a base partidária.
- E qual foi o erro do governo? - indagaram a Jucá.
- Não sei, não vamos antecipar erro. O Raupp está com a bola agora. Ele é o cara. Vamos querer que ele diga que questões estão pendentes e vamos procurar resolver. A bancada do PMDB é fundamental para a governabilidade, nós queremos o entendimento. Já que houve um problema, queremos resolver esse problema, para que não ocorra novamente. Não há de parte do governo nenhuma possibilidade de não ouvir, de não atender o PMDB.
Na mesma entrevista, Jucá explicou que o presidente Lula determinou a análise de várias opções para resgatar a secretaria derrubada pelo votação do Senado e que já vinha sendo ocupada pelo cientista político Mangabeira Unger.
-O presidente já tem uma decisão. O planejamento a longo prazo terá uma estrutura a nível de ministério para pensar o Brasil do futuro. Essa é uma decisãopolítica já tomada. A forma como isso vai ocorrer vai depender da sugestão dos técnicos e da própria decisão do presidente na próxima semana. Pode ser qualquer instrumento que dê dimensão política, a importância necessária e a estrutura compatível para que se pense o futuro do Brasil, porque isso é uma prioridade do governo.
Explicou que os 660 cargos eliminados nessa votação do Senado também terão uma solução para serem restaurados. Romero Jucá disse que sua maior preocupação são os cargos intermediários de estrutura de outros organismos, que já estão funcionando, como a Sudene e a Sudam, necessários ao desenvolvimento das regiões Nordeste e Norte.
- São 144 cargos que iam compor a estrutura das duas agências e que também foram por água abaixo. Portanto, temos que buscar uma solução para isso - concluiu.
28/09/2007
Agência Senado
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