Jucá diz que Renan tem interesse em submeter documentos à perícia



Ao sair da reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar na quinta-feira (15), o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou ser necessário comprovar se o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), de fato, vendeu gado e se tinha renda suficiente para fazer pagamentos mensais de R$ 16,5 mil à jornalista Mônica Veloso, relativas a pensão alimentícia. A existência jurídica das empresas compradoras e a compra efetiva do gado da fazenda do senador foram contestadas por reportagem veiculada no Jornal Nacional, da TV Globo, na última quinta-feira (14), que argumentou serem frias algumas das notas de venda apresentadas por Renan ao Conselho de Ética.

Jucá esclareceu ainda que a oitiva do advogado de Mônica Velloso, nesta segunda-feira (18), se dará na condição de advogado da jornalista e não como testemunha, o que seria vedado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Lembrou também do depoimento do lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, que deve ser tomado no mesmo dia.

Já o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), manifestou satisfação com a decisão de adiamento da votação tomada pelo Conselho e disse acreditar que haverá condições de formar uma "ampla maioria, talvez até mesmo a unanimidade", para aprovação do relatório de Cafeteira na próxima terça-feira.

Para Raupp, as dúvidas surgidas a partir da denúncia da TV Globo serão devidamente esclarecidas pela perícia feita nos documentos apresentados por Renan por consultores especializados em contabilidade da própria Casa. O trabalho dos consultores será acompanhado pelo relator Cafeteira, atendendo, assim, acredita Raupp, ao desejo dos líderes que haviam apresentado voto em separado.

A líder do bloco de apoio ao governo, Ideli Salvatti (PT-SC), afirmou não haver provas documentais de nenhuma das três acusações apresentadas pelo PSOL em sua representação, razão pela qual o relator teria optado pelo arquivamento do processo.

A senadora avalia que só caberá juntar ao processo contra Renan a nova documentação contestando aquelas apresentadas anteriormente pelo senador caso fique comprovado pela perícia que os documentos de Renan são fraudulentos. Caso contrário, acredita Ideli, o conselho deverá prosseguir a votação do relatório de Cafeteira na terça-feira, quando, acredita, será obtida, com folga, ampla maioria, senão a unanimidade dos integrantes do colegiado.

Outro senador que defendeu Renan perante o conselho foi o peemedebista Wellington Salgado (MG), que disse ter visto a documentação apresentada pelo senador, o que foi suficiente para convencê-lo de que Renan é inocente. O senador Pedro Simon (RS), que também admitiu haver boas chances de a documentação ser autêntica, mas defendeu a necessidade de submetê-la a uma prova técnica capaz de fazer a comprovação.



15/06/2007

Agência Senado


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