Jucá: proposta de regulamentação dos direitos das domésticas sai ainda este mês



VEJA MAIS

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou que ainda em abril o Congresso deve apresentar respostas para as dúvidas em relação a questões previdenciárias e trabalhistas que surgiram após a aprovação da emenda constitucional das empregadas domésticas (EC 72/2013).

Jucá reuniu-se com representantes do Ministério da Fazenda, do Ministério do Trabalho, da Caixa Econômica Federal e da Receita Federal nesta terça-feira (9), para acelerar a regulamentação da EC.

- Ainda este mês nós temos que ter uma visão de como proceder nessa questão trabalhista, nessa questão previdenciária para tranquilizar tanto os empregadores quanto os empregados, porque a igualdade é importante, a emenda é fundamental, ela dá igualdade a todos, mas ela não pode levar à demissão nem à precarização do trabalho - explicou.

Na próxima quinta-feira (11), haverá reunião sobre o tema na Comissão de Consolidação da Legislação Federal e Regulamentação de Dispositivos da Constituição Federal, instalada no mês passado pelo Congresso.

Supersimples

A criação do Supersimples Doméstico, um regime de unificação dos encargos relacionados ao emprego doméstico, foi um dos temas tratados na discussão com os técnicos do governo. A ideia deve sair do papel em breve, segundo Jucá. O senador disse que Caixa Econômica Federal, Receita Federal, Banco do Brasil e Secretaria do Tesouro Nacional concordaram em fazer a guia única para facilitar o pagamento da categoria. Segundo Jucá, não será difícil unificar as cobranças.

– Unificar as cobranças, dos problemas que há, é o mais simples. Há uma concordância na área do governo de que deve haver o Supersimples, uma cobrança única, um boleto único. E dentro de mais alguns dias nós teremos um retorno dessa primeira colocação que foi feita aqui – observou Jucá.

De acordo com Romero Jucá, o Supersimples deve servir para recolher as contribuições do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tanto do empregador, como do empregado; o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço; e o seguro obrigatório contra acidentes de trabalho. O seguro ainda terá de ser regulamentado, mas deve corresponder a 1% do salário pago ao empregado.

Questões trabalhistas

Para o senador, o maior desafio são as questões trabalhistas. Representantes do Ministério do Trabalho devem apresentar em dez dias soluções para as dúvidas que estão nas cabeças de empregadores e empregados quanto a direitos como adicional noturno e sobreaviso, entre outros.

– A questão trabalhista é mais complexa, porque existem normas gerais na CLT e acordos internacionais de trabalho que o Brasil assinou, e que, em tese, se chocam com a dinâmica do trabalho doméstico – analisou Jucá.

Ele citou atividades como cuidadores de crianças e de idosos, que demandam uma jornada superior a oito horas normais e mais duas extras. O senador propôs a criação de banco de horas, mas o ministério deve sugerir uma solução para o caso.

Multa de 40% do FGTS

Outra questão é o recolhimento da multa de 40% do FGTS. Romero Jucá entende que, em tese, ela deve ser igual para todos os trabalhadores, mas não está descartada a possibilidade de redução dessa multa, já que esse direito constitucional ainda precisa ser regulamentado.

– Acontece que o trabalhador doméstico é diferente do trabalhador que trabalha para uma empresa, que faz provisão contábil, econômica, financeira, que tem departamento de pessoal, que tem contador. Então você cobrar 40% de multa de FGTS para uma família, em tese, é algo que vai pesar no orçamento – salientou.

Sobreaviso

O senador disse ainda que outra questão séria é sobre a situação dos que dormem no emprego. A dúvida é se a pessoa está ou não de sobreaviso ou prontidão e se deve haver um pagamento ou não para esse caso, independente de o empregado estar descansando ou não.

– É mais fácil a empregada ir para sua casa, só que é mais complicado para quem mora longe nas grandes cidades. Então essa é uma questão também que precisa ser regulamentada.

Dívidas previdenciárias

Jucá também discutiu com representantes da Receita e do Ministério da Fazenda sobre o parcelamento para os empregadores que estão em débito com a Previdência.

– Nós estamos discutindo também com a Fazenda e a Receita um parcelamento para que aqueles que têm seus empregados domésticos regularizados, mas que estão em débito com a Previdência, possam fazer, efetivamente essa regularização e possam evitar esse tipo de problema – disse.

Romero Jucá também está buscando alternativas para aliviar a sobrecarga orçamentária das famílias brasileiras. Segundo ele, a alíquota do FGTS não deve diminuir, mas há a possibilidade de reduzir a do INSS para empregadores e empregados.

– A nossa ideia é que haja uma redução para que haja uma viabilização do pagamento. Não adianta a gente sobrecarregar a família brasileira, a dona de casa, o orçamento familiar, porque esse orçamento familiar tem limites. Se for algo acima das suas posses, vai haver demissão e a gente não quer que isso aconteça – explicou o senador.



09/04/2013

Agência Senado


Artigos Relacionados


Jucá apresenta relatório sobre regulamentação dos direitos das domésticas nesta quinta

Comissão tenta fechar na quinta-feira proposta para regulamentação dos direitos das domésticas

Jucá espera apresentar regulamentação da PEC das Domésticas até o fim do mês

Plenário aprova regulamentação dos direitos das domésticas

Regulamentação dos direitos das domésticas passará pelo exame da CCJ

Jucá quer votar regulamentação da emenda das domésticas até 1º de maio