Jucá protesta contra suspensão de obra que levará energia a Boa Vista



Em discurso no Plenário nesta terça-feira (11), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) criticou uma recomendação do Ministério Público Federal do Amazonas para que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) paralisem as obras de construção de uma linha de transmissão de energia a ser instalada entre Manaus e Boa Vista.

O traçado do empreendimento, de acordo com o projeto, cortará a terra indígena Waimiri Atroari, e o processo licitatório foi iniciado sem a realização de consulta prévia ao povo local, segundo o Ministério Público. Jucá disse que a obra já foi iniciada e equipamentos já foram comprados. Ele pediu a atenção do governo federal e da Procuradoria Geral da República (PGR) em relação ao caso. Segundo o senador, providências urgentes são necessárias.

- Há anos que eu trabalho por essa interligação – lamentou.

O senador disse que o estado de Roraima é isolado em termos de energia. Ele explicou que a capital recebe energia da Venezuela e o interior recebe energia de geradores a diesel, que são poluentes e fornecem uma energia de má qualidade. Segundo Jucá, a nova linha de energia poderia integrar o estado com o restante do país e ainda permitir negócios com o setor elétrico da Venezuela e da Guiana.

Segundo Jucá, a Eletronorte, que tem 49% do consórcio, está há um ano e meio pedindo a autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai) para entrar em uma área indígena e fazer a audiência, mas até agora não conseguiu. A medida é necessária para fazer o licenciamento ambiental. O senador informou que os postes do linhão de energia passarão às margens da estrada, preservando a floresta e a área da reserva indígena, sem nenhum impacto ambiental.

- Parece até que o Ministério Público e a Funai estão atuando para barrar o desenvolvimento de Roraima – protestou.

Na visão do senador, o Ministério Público não está levando em conta o interesse nacional. Para Jucá, a nova linha de energia vem ao encontro da necessidade de energia limpa e do desenvolvimento do estado. Ele informou que o projeto beneficia, inclusive, 30 mil índios do estado, que precisam ser atendidos em hospitais e escolas.

- Tudo isso o Ministério Público não vê. Isso é um prejuízo e uma afronta ao povo de Roraima – criticou o senador.

Em aparte, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) elogiou o pronunciamento do colega. Ela disse que a necessidade da linha de transmissão é incontestável, mas ressaltou que o Ministério Público quer apenas que se cumpra a lei em relação a uma audiência com uma comunidade indígena na região. A senadora se dispôs a ir ao órgão em Manaus para buscar uma solução para o impasse. Em resposta, Jucá confirmou que o Ministério Público pede o cancelamento da licitação, para realizar a audiência. Segundo o senador, essa medida pode atrasar a obra em quatro ou cinco anos.



11/06/2013

Agência Senado


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