Juízes discutem regras da eleição na Serra









Juízes discutem regras da eleição na Serra
Encontro em Bento, que se encerra amanhã, visa a orientar magistrados

Juízes de 173 zonas eleitorais do Estado estão reunidos em Bento Gonçalves para receber orientações para as eleições do dia 6 de outubro.

Até amanhã, os participantes do 4º Encontro de Estudos da Justiça Eleitoral do Rio Grande do Sul debaterão temas como propaganda eleitoral, fiscalização e orientação aos eleitores.

Na abertura do encontro, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Marco Antônio Barbosa Leal, reforçou a importância de os eleitores usarem a cola no dia do pleito. A principal dúvida é a obrigatoriedade de votar em dois senadores:
– Na essência, as dúvidas são as mesmas e estão relacionadas à preocupação com o erro no momento do voto.

Ao abordar a propaganda eleitoral, o coordenador dos juízes auxiliares do TRE, desembargador Danúbio Edon Franco, afirmou que o interior do Estado não registra um grande número de ações em decorrência de propaganda irregular. Os problemas se concentram em Porto Alegre e na Região Metropolitana. A principal irregularidade consiste na colocação de cartazes e adesivos em postes com placas de sinalização e muros ou tapumes de prédios públicos.


Frente Popular inaugura site
A Frente Popular (PT-PCB-PCdoB-PMN) inaugura hoje o site Tarso Governador, que contém informações como a agenda e as notícias da campanha majoritária. Pelo site, é possível conhecer as biografias do candidato a governador e de seu vice, Miguel Rossetto, acessar o programa de governo e o material de campanha.

A página também traz ao internauta números da gestão do governo de Olívio Dutra referentes aos três últimos anos como o crescimento da economia local, superior em 62% à economia brasileira, e de 11,7% do PIB industrial gaúcho.

O endereço do site é www.tarsogovernador.com.br


ABRH reúne candidatos
A Associação Brasileira de Recursos Humanos do Estado (ABRH-RS) promove um encontro dos candidatos a governador no dia 27, na sede da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), das 8h30min às 10h30min. Participarão os candidatos Tarso Genro (PT), Celso Bernardi (PPB), e Germano Rigotto (PMDB). A mediação será do jornalista Lasier Martins.

O evento tem a parceria da Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil (ADVB), Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), Associação dos Jovens Empresários de Porto Alegre (AJE-POA), Amrigs, Conselho Regional de Administração (CRA-RS) e Sociedade de Psicologia.


Ciro pega carona no Penta
CBF colocou a Seleção a serviço da campanha do PPS em jogo realizado no Ceará

Nem os mais apaixonados cabos eleitorais de Ciro Gomes imaginavam que tudo seria tão explícito.

A CBF franqueou a Seleção à campanha do candidato da Frente Trabalhista a presidente como nunca havia feito antes a outro postulante ao Palácio do Planalto. O jogo festivo de ontem contra o Paraguai, o primeiro no Brasil depois da conquista do Penta, virou comício de apoio ao segundo colocado nas pesquisas.

Ciro foi ao hotel onde a delegação está hospedada, posou ao lado dos jogadores e do técnico Luiz Felipe Scolari, recebeu camisetas autografadas, compareceu ao jogo e vai utilizar tudo no horário eleitoral gratuito. As imagens devem ir ao ar a partir de hoje.

Por volta de 11h30min, Ciro chegou ao Hotel Marina Park acompanhado da mulher, Patrícia Pillar, a quem procurava erguendo o pescoço sobre jornalistas e fotógrafos cada vez que a perdia de vista.

– Cadê Patrícia? – perguntava.

Junto dele, os candidatos apoiados pelo ex-governador Tasso Jereissati (PSDB) no Ceará: Lúcio Alcântara (governador), pelo PSDB) e a ex-mulher de Ciro, Patrícia Gomes (senadora), pelo PPS. O próprio Tasso é candidato ao Senado, com impressionantes 76% das intenção de voto segundo a última pesquisa realizada pelo jornal O Povo, de Fortaleza.

– Todo mundo sabe que sou amigo do Ricardo Teixeira. Pedi a ele que o primeiro jogo depois da Copa fosse aqui, em Fortaleza – admitiu Tasso, depois de uma rápida solenidade estrategicamente montada para muitas imagens e poucas perguntas.

– Os jogadores e seu técnico são um exemplo para o país – disse Ciro, caminhando rapidamente para o carro e evitando entrar no mérito da questão.

Teixeira e Tasso tentaram argumentar que o encontro nada tinha a ver com a campanha da Frente Trabalhista. Acabaram por ouvir risos até dos funcionários do hotel, especialmente porque a equipe de TV de Ciro lá estava. Ontem à noite, os dois jantaram e acertaram tudo.

Ciro recebeu de Kaká a camisa 23, seu número de campanha. Centenas de réplicas da camiseta foram distribuídas quando Ciro chegou ao estádio vestindo o presente de Kaká, autografado por vários jogadores. Além de ídolo das adolescentes – a “Kakamania” impressiona pela histeria das fãs –, o caçula do Penta (que participou da Copa com a número 23) joga em São Paulo, Estado com 24 milhões de eleitores.

Luiz Felipe, eleitor de Ciro, deu a número 10 de presente a Tasso. Enquanto isso, fotos, fotos e mais fotos.

– Acho engraçado: segunda-feira, vou ao Mato Grosso do Sul com a taça a convite do Zeca do PT (governador e candidato à reeleição) e ninguém fala nada. Fomos ao presidente e ninguém falou em campanha para o Serra – disse Teixeira.

O presidente da CBF negou que os jogadores tenham sido forçados a participar do encontro. Mas, após a partida, Felipão disse o contrário:

– Quando tu és funcionário de uma empresa, e teu chefe manda, tu obedeces. Sou funcionário da CBF.

Roberto Carlos e Kaká haviam criticado o uso político da despedida de Luiz Felipe.

– Não precisamos de politicagem – havia dito o lateral-esquerdo.

– Não acho legal isso – resumira Kaká.

No Castelão, um estádio estadual, o jingle de campanha de Lúcio Alcântara, Tasso e Patrícia tocava a todo instante. O deputado estadual Luiz Alfredo (PT) acusou os tucanos de comprar 20 mil ingressos para distribuir a torcedores no Interior, reduto de Tasso.

– Imagine! Só comprei ingressos para a minha família – defendeu-se o ex-governador.


Candidatos ao Piratini trocam ataques
Os principais aspirantes a governador apelam ao regionalismo na estréia da propaganda no rádio e na TV

Contrariando a disposição anunciada de fazer uma campanha bem-comportada, os quatro principais candidatos a governador trocaram pesados ataques logo no primeiro dia da propaganda gratuita no rádio e na TV.

O apelo ao regionalismo esteve presente em cenas campeiras, nas imagem do Monumento ao Laçador, na Capital, e da bandeira gaúcha e na execução do Hino Rio-Grandense. Temas nacionais foram praticamente omitidos pelos partidos e coligações.

O primeiro dos quatro principais candidatos ao Palácio Piratini a aparecer no vídeo foi Celso Bernardi (PPB). À tarde, o ex-deputado foi mostrado tomando chimarrão com o pai, o agricultor Félix Bernardi, na casa dele, em Chiapeta, nas Missões. Num pronunciamento de 24 segundos, o candidato defendeu valores como “falar a verdade”. À noite, falou por um minuto e 10 segundos, definindo-se como “governador de palavra”.

O programa da coligação O Rio Grande em 1º Lugar, que apóia a candidatura de Antônio Britto (PPS), foi apresentado pela atriz Naura Schneider, santa-mariense radicada no Rio e com passagens por novelas da TV Globo. À tarde, em tom de denúncia, um locutor listou pontos desfavoráveis ao governo do Estado, com reproduções de páginas de jornais. Britto falou por apenas 15 segundos. À noite, manifestou-se por um minuto e 25 segundos:

– Nesse tem po fora da política, vi que os gaúchos querem um governo que enfrente e resolva os problemas das pessoas.

À tarde, Tarso Genro (PT) foi o único entre os principais candidatos a não falar e apareceu apenas em cenas de campanha. A coligação levou ao ar o humorístico Casa dos Gaúchos, que satiriza reality shows e no qual atores que encarnam rio-grandenses comuns são chamados a comentar a propaganda eleitoral. O programete termina com um ataque a Britto. À noite, por dois minutos, Tarso fez um balanço do governo Olívio Dutra e abordou a renúncia à prefeitura da Capital.

– Não foi fácil sair da prefeitura, acatando decisão do meu partido, mas saí pela porta da frente – afirmou.

Brindado com o maior tempo em rádio e TV – cinco minutos e 57 segundos –, o candidato a coligação União pelo Rio Grande (PMDB-PSDB-PHS), Germano Rigotto, falou por dois minutos e 40 segundos. Entre os quatro principais candidatos, foi o único a repetir o programa na íntegra à noite. A tentativa de criar uma terceira via na eleição para governador é sintetizada no refrão “Nem Britto, nem PT: agora você sabe por quê”. O programa foi reprisado à noite.


Comitiva gaúcha propõe convênio para energia eólica
Olívio encerrou visita à Alemanha tentanto atrair investimentos e defendendo eventual governo de Lula

Os fortes ventos que sopram no Estado poderão se tornar importante fonte alternativa de energia. Pelo menos essa é a intenção do governo.

Ontem, as negociações para a concretização do projeto avançaram um pouco mais em uma reunião realizada pelo governador Olívio Dutra com as diretorias da Federação Alemã de Indústrias de Máquinas e Instalações (VDMA) e do Instituto Alemão de Energia Eólica, em Frankfurt, na Alemanha.

No encontro, a secretária estadual de Energia, Minas e Comunicações, Dilma Rousseff, apresentou os dados do atlas eólico do Estado, que será divulgado oficialmente no dia 4 de setembro. O estudo de medição dos ventos, realizado durante mais de um ano em cooperação técnica com empresas estrangeiras, revelou que o Estado possui excelente potencial para exploração desse tipo de energia.

Como argumentos para convencer os alemães das vantagens gaúchas, a secretária citou a alta capacidade e facilidade de distribuição da rede do Estado e acesso aos mercados do Sul e do Sudeste, responsáveis por 80% do consumo energético do país.

A lei federal que estipula a concessão de subsídios para a produção de energia eólica deverá ser regulamentada até o final do ano. Mas o governo estadual prometeu fazer sua parte por meio de benefícios fiscais para a aquisição de equipamentos sem equivalente no Estado ou para a venda de energia produzida a partir do vento, assim como o estabelecimento de preços subsidiados para a compra de terrenos em distritos industriais para as empresas associadas ao projeto.

Interessados em investimentos a longo prazo e também preocupados com a instabilidade da economia brasileira e do dólar em relação ao real, os alemães já optaram pela forma de realização do projeto.

– Preferimos o investimento na forma de joint-ventures com parceiros brasileiros – disse a Zero Hora o presidente da VDMA, Thorsten Herdan.

Durante o almoço que se seguiu após a reunião de trabalho, ficou acertado que uma delegação de industriais alemães visitará o Rio Grande do Sul na segunda semana de outubro, para conhecer as áreas nas quais poderiam ser instaladas as enormes turbinas eólicas e a infra-estrutura do Estado e também para conversar com sócios potenciais.

À tarde, o governador ouviu dos dirigentes da Steag Ag que o projeto do grupo – com presença minoritária da Copelmi Mineração – para a construção da Usina Termelétrica Seival, em Candiota, para exploração do carvão mineral, ainda apresenta muitas questões técnicas e econômicas a serem resolvidas. Se os problemas forem solucionados, desejo manifestado pelas duas partes, em princípio, a usina deverá começar a operar em outubro de 2006.

À parte as reuniões técnicas, o derradeiro compromisso do último dia da viagem oficial do governador à Alemanha acabou se transformando num animado debate político. O presidente da Câmara de Indústria e Comércio de Frankfurt, Wolf Klinz, evocou os receios de parte do empresariado em relação a uma eventual vitória do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições presidenciais, por meio de conhecidas questões:

– O Brasil honraria o pagamento das dívidas com seus credores nos prazos estabelecidos? O governo Lula promoveria a política de um Estado forte, com empresas estatizadas? Lula lutaria pelo fim do mercado livre? – indagou.

Olívio e Dilma saíram em defesa do programa do candidato petista e, no final, após intensas trocas de opiniões, a discussão se encerrou com um fraterno aperto de mão.

O governador e sua comitiva desembarcarão no Aeroporto Salgado Filho, de volta a Porto Alegre, esta manhã, por volta das 9h30min.


Artigos

Desenvolvimento responsável
Ronaldo Rezende

Desenvolvimento sustentado deixou de ser uma expressão vazia usada politicamente no discurso oficial dos governantes na conferência anual da Organização das Nações Unidas (ONU) para transformar-se em condição única para a sobrevivência equilibrada das nações com o meio ambiente. No Rio Grande do Sul, a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura, através de suas várias representações regionais junto aos organismos municipais, integra o grupo que articula ações no sentido da melhoria da qualidade de vida nos grandes centros. Da diversidade das idéias brotam as contribuições para a II Conferência Municipal e Regional do Meio Ambiente de Porto Alegre, que acontece dias 23 e 24 de agosto.

Se, por um lado, a arquitetura retrata o passado, os mesmos profissionais da arquitetura estão comprometidos com o futuro da vida urbana, seja através dos chamados projetos “limpos”, seja antevendo alternativas de novos materiais capazes de promover o bem-estar do cidadão, sempre em total equilíbrio com a natureza. Mais do que motivados pelo progresso acelerado que desafia a criatividade, os arquitetos já trazem em sua formação a consciência da harmonia arquitetônica. Seus projetos, rotineiramente, exigem obediência rígida às normas de boa convivência com o habitat, inclusive antevendo as conseqüências futuras de suas obras, onde a tecnologia é uma poderosa aliada.

Não há espaço para o desenvolvimento se este for sinônimo de exploração

Como cidadãos e participantes ativos desse processo de vanguarda no Brasil, os arquitetos da Asbea, entidade integrada pelos maiores escritórios de arquitetura do Estado, aplaudem a iniciativa de preservação da vida e associam-se a ela projetando o progresso de maneira responsável. O fato torna-se ainda mais relevante quando se sabe que, como num orquestrado processo de realimentação, essas mesmas idéias deverão reforçar as teses a serem levadas logo em seguida à Conferência de Desenvolvimento Sustentável, em Johannesburgo, na África do Sul, entre 26 de agosto e 4 de setembro.

As portas do progresso precisam estar permanentemente abertas, mas não há espaço para o desenvolvimento se este for sinônimo de exploração tanto de recursos naturais como humanos. Em momento algum do passado o mundo refletiu e agiu tanto rumo a uma melhor relação entre os seus habitantes. Ao buscar uma redução de pouco mais de 5% nas emissões mundiais de resíduos na natureza até 2012, o Protocolo de Kioto bem retrata a preocupação internacional com o futuro do planeta e de todos nós.


Colunistas

ANA AMÉLIA LEMOS

Caixeiro-viajante
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral voltou impressionado com o que viu durante a visita feita a Caxias do Sul. O que mais continua chamando a atenção dessa autoridade é a ousadia e a competência empreendedora dos empresários da região que hoje comandam empresas globalizadas. O ministro, que participou da cerimônia de associação da Randon com um grupo norte-americano, e visitou a Marcopolo, disse ontem, em Porto Alegre, durante almoço na RBS, que esses são entre muitos bons exemplos do sucesso de trabalho de empresários que tornaram o Rio Grande do Sul o segundo maior exportador brasileiro.

Na economia globalizada é preciso não só a competitividade mas a internacionalização, recomenda o ministro do alto da sua experiência diplomática. Isso se nota com muita clareza no setor privado gaúcho, que tem presença permanente no cenário de comércio mundial. Na próxima semana Sérgio Amaral lidera uma comitiva de 160 empresários de todo o país na visita de trabalho e negócios que fará ao México. O ministro, que recebeu do presidente Fernando Henrique Cardoso a responsabilidade de fazer da exportação um caso de vida ou morte para a economia brasileira, espera brevemente assinar um acordo comercial com o México que poderá representar uma importante abertura de mercado para as exportações brasileiras para a América do Norte. O ministro reconhece que o setor exportador brasileiro sofre com algumas limitações, sendo uma delas a carga tributária e a outra o custo e a escassez dos financiamentos à exportação. No primeiro caso, Sérgio Amaral acredita que um passo importante será dado na próxima semana quando o Congresso Nacional deverá aprovar o fim da cumulatividade do PIS/Cofins, o que dará maior competitividade à exportação brasileira. Em relação aos financiamentos à exportação, duas medidas importantes foram tomadas nesta semana: a liberação de US$ 2 bilhões pelo Banco Central das reservas cambiais e US$ 2 bilhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador.


JOSÉ BARRIONUEVO

TJE rebaixa 32 majores da BM
Por esmagadora maioria, o Pleno do Tribunal de Justiça derrotou o agravo regimental interposto para cassar a decisão liminar concedida ao capitão Adriano da Silva Adriano pelo desembargador Antônio Carlos Stangler Pereira. Confirmou, conseqüentemente, a promoção a major de 32 capitães, que receberam a estrela gemada no dia 18 de novembro de 2001. Os capitães devem ser rebaixados porque o governador, na promoção, não obedeceu ao Estatuto da Brigada, que impõe a promoção alternada entre merecimento e antigüidade, um por um, de capitão para major. Segundo o TJE, o capitão Adriano, que havia sido preterido pelo governador, deverá ser promovido a major por antigüidade.

Advogado faz apelo
Advogado do capitão, Luiz Ferreira espera que a PGE adote uma postura “altiva e democrática” de “aceitação e acatamento” das deliberações do Tribunal Pleno “por ser a última instância jurídica de federação e em obediência ao Estado de direito democrático”.

Manipulação do OP
O Ministério Público reconheceu como autêntico o documento que convocava mais de 300 CCs da prefeitura de Gravataí para influenciarem decisão de plenária do Orçamento Participativo. À época, o prefeito Daniel Bordignon deu entrevistas dizendo que o vereador Jones Martins, líder do PMDB, havia falsificado os documentos. Jones anunciou ontem que vai processar o prefeito por crime de calúnia e difamação, além de pedir direito de resposta no jornal Gravataí Mais, publicado pela prefeitura, que publicou em manchete a acusação do prefeito.

Prêmio para gestão do prefeito
Termina na próxima semana (dia 30) o prazo para inscrições ao Prêmio de Gestão Pública, que vai destacar as melhores experiências das prefeituras municipais. Basta encaminhar um relato de projetos bem-sucedidos com seus resultados, seja nas áreas de educação, saúde, assistência social ou desenvolvimento econômico, com aval do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade, com apoio da Assembléia Legislativa como uma instituição plural (informações pelo telefone 51-3226.7300 ou pelo site www.sindaf.com.br). O prêmio significa o reconhecimento público que consagra a gestão dos prefeitos. O prefeito que não tiver nenhum projeto em condições de concorrer com certeza não está realizando um bom trabalho. Vale conferir.

Polêmica sobre plano de carreira da Brigada
Depois de uma sessão tumultuada, a Mesa da Assembléia marcou para o dia 3 de setembro a votação do plano de carreira da Brigada Militar. Na sessão de terça-feira já havia um acordo de líderes adiando a votação. Perante o plenário lotado, o deputado João Osório, defensor da categoria, resolveu faturar, propondo a votação na mesma sessão. Aí ninguém mais se entendeu, ficando prejudicado um acordo sobre possíveis emendas. Suspensa a sessão, novo acordo de líderes, dentro da idéia de que as emendas serão avaliadas pelas entidades de classe. Nas galerias, Jussara Cony (PC do B) e Maria do Rosário (PT), que participaram do acordo, mobilizaram a claque contra a decisão.
Vão acabar prejudicando o projeto final.

Intervalo
Diante do impasse, em meio à sessão, Mário Bernd foi à tribuna para denunciar a demagogia, alertando para eventuais equívocos no projeto a serem consertados pelo próximo governador. Cobrou das galerias a presença do secretário Bisol.
– Onde está Bisol, que anda sumido – indagou, dividindo as galerias, onde estavam alguns brigadianos com camisetas de candidatos do PT.

Terceiro setor
Desenvolvimento Humano – um Desafio a ser Alcançado é o tema do debate promovido pelo PPS para entidades e profissionais ligados ao terceiro setor. Servirá como subsídio, pela representatividade do público e dos palestrantes, para um projeto de governo para políticas sociais de qualquer partido, seja quem for o ungido. Às 18h30min de segunda-feira, no plenarinho da Assembléia.

Diálogo pelo social
Depois do sucesso da reunião com empresários, realizada dia 30 de julho, Miguel Rossetto organizou ontem um encontro da área social que lotou o auditório do Colégio Rosário. O Diálogo de Políticas Sociais reuniu 1,2 mil pessoas para avaliar o que foi feito e projetar o que será realizado na hipótese de vitória do PT. Compareceram Tarso Genro e Emília Fernandes.

Versatilidade em tempos de campanha
Presidente da Associação Beneficente dos Cabos e Soldados, Leonel Lucas Lima, remeteu detalhada carta desmentindo notícia publicada na Página 10 de ontem que refere o apoio da entidade a Tarso Genro, como candidato ao Piratini, e a Emília Fernandes, que concorre ao Senado. O colunista se baseou em informações transmitidas a todas as Redações pela assessoria dos dois candidatos. Os comitês anunciaram que receberam “o apoio de 1,2 mil servidores da segurança pública e seus familiares em jantar que contou também com a presença de representantes da Ugeirm, entidade que congrega escrivães e inspetores”.

Leonel Lucas pede para “repor a verdade”, explicando que o PT apenas locou as instalações. Na foto publicada ontem, o presidente da associação aparece entre Tarso e Emília, batendo palmas.
“Temos independência para assim agir, não temos marca nem sinal, não temos donos assim como não nos permitimos sermos usados para servir aos propósitos de quem quer que seja. Reitero que minha presença no evento em tela não significou apoio a Tarso, nem o evento foi organizado pela Associação de Cabos e Soldados e sim pelo PT, que locou as instalações.”

Em jantar realizado no dia 14, o candidato a vice-governador Germano Bonow e os candidatos ao Senado Sérgio Zambiasi e José Fogaça também foram homenageados em jantar semelhante com a presença de Lucas. Antônio Britto, que não pôde comparecer, agendou um jantar na mesma associação para o dia 17 de setembro.

Correção
Assessoria de Tarso informa que a abertura da conta no Banrisul não ocorreu durante o expediente. Não houve escapadinha para o ato partidário. Foi realizado ao meio-dia.
Não se repetiu o que ocorreu em Caxias, sexta, às 15h, quando o governador em exercício e o prefeito Pepe fizeram panfletagem em frente à indústria Eberle.

Animais
Por 20 a dois, a Câmara de Vereadores proibiu a utilização de animais ferozes, perigosos e peçonhentos nas casas de espetáculo, uma proposta dos vereadores Beto Moesch (PPB) e Adeli Sell (PT), que atuam em conjunto nestas causas. Por incrível que pareça, Porto Alegre não tinha nenhuma referência aos animais na legislação.

Mirante
• Mesmo sem a participação direta da Casa de Cinema, a Frente Popular apresentou ontem um programa com bom conteúdo e de excelente qualidade técnica. Destaque para o bem-humorado Casa dos Gaúchos, inspirado na Casa dos Artistas e no Big Brother, com boa produção, elenco profissional e gravado em película, como no cinema, no padrão Globo. O sucesso da fórmula, com picardia, depende da criatividade para resultar em votos. O programa procurou juntar o tradicionalismo de Olívio com a modernidade de Tarso.

• O programa de Rigotto foi de boa qualidade técnica. O candidato do PMDB concentrou todo o esforço no rompimento da polarização. Foi convincente. A campanha embala se aparecer uma resposta positiva na próxima pesquisa de opinião.

• Presença importante, Simon deu um depoimento. Elogia Rigotto atirando farpa em Britto: “Este vale a pena”.

• Com bom discurso, Sérgio Zambiasi descuidou da aparência. Nada que um aparelho de barba e um pouco de maquiagem não resolva.

• Hugo Mardini retomou o discurso que marcou sua passagem pela Assembléia nos tempos da Arena. Foi no fígado. Ligou o Piratini à guerrilha colombiana, financiada pelo narcotráfico. Encerrou com um “chega de bandidagem!”.

• Não deu para entender. O slogan do vereador João Bosco Vaz, candidato ao Senado pelo PDT, é uma pérola: “Um, dois três. O Bosco é a bola da vez”. Bola da vez é a que vai cair.

Bem-humorado, Bosco ridiculariza a senadora Emília, que irrompe no cenário sob a música-tema do Sítio do Pica-Pau Amarelo, como a personagem de Monteiro Lobato.


ROSANE DE OLIVEIRA

Sob medida
Antes de aceitar o presente do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o candidato Ciro Gomes deve ter avaliado que as vantagens de posar ao lado dos pentacampeões seriam superiores às perdas em caso de derrota para o Paraguai. A Seleção perdeu por 1 a 0, num jogo que não valia nada. Ciro pode até ser chamado de pé frio, mas incorporou a seu acervo imagens ao lado de Luís Felipe Scolari, do capitão Cafu e de Kaká, o ídolo das adolescentes, de quem ganhou a camisa número 23.

Teria sido mais honesto a CBF assumir publicamente que o jogo tinha fins políticos, em vez de fingir que a escolha de Fortaleza foi apenas de agradecimento pelo carinho dos cearenses no jogo de despedida da Seleção antes de rumar para a Ásia. Na terça-feira, jogadores e o técnico Felipão deram declarações repudiando o uso político do jogo. Ontem, posaram sorridentes ao lado de Ciro – por vontade própria ou por ordem do patrão, Ricardo Teixeira.

A tentativa de Felipão de tapar o sol com a peneira chega a ser cômica. Primeiro, dizendo que recebeu “um amigo” na concentração. Depois, sugerindo que a realização de um jogo em Fortaleza tem o mesmo peso do encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso, na volta do Japão, e das visitas dele e de um grupo de jogadores aos governadores do Rio e do Rio Grande do Sul.

– Se existe política ou não, se alguém vai fazer alguma coisa ou não, não é minha parte. Eu cuido da parte técnica – disse Felipão no dia anterior.

As imagens da visita de Ciro à concentração da Seleção não deixam margem para dúvida. O jogo foi, sim, um ato político, organizado sob medida para Ciro e para o ex-governador Tasso Jereissati, candidato ao Senado, amigo de longa data de Teixeira. Admitir isso não é crime nem tira pedaço.
Ninguém acredita quando Teixeira diz que a CBF não fará campanha para nenhum candidato. Da mesma forma, ninguém acreditou quando, em novembro, o mesmo Ricardo Teixeira escolheu São Luís, capital do Maranhão, para o jogo decisivo da classificação para a Copa do Mundo. À época, a então governadora Roseana Sarney ocupava o segundo lugar nas pesquisas para a Presidência da República. A vitória por 3 a zero no jogo contra a Venezuela deu à Seleção a vaga na Copa e a Roseana, a fama de pé quente, mas a candidatura naufragou antes do embarque da Família Scolari para a Ásia.


Editorial

RESPONSABILIDADE ELEITORAL

A chance que a legislação eleitoral concede aos candidatos com a propaganda gratuita no rádio e na televisão equivale a uma porta aberta para a intimidade da sociedade brasileira. Duas vezes por dia, por televisão ou rádio, a mensagem política se instala no interior dos lares de mais de 100 milhões de eleitores aptos a comparecerem às urnas de outubro. Tal condição amplia a responsabilidade dos partidos e dos candidatos, a quem caberá responder a esse dever com a seriedade que exigem questões de Estado e de governo.

Os dois primeiros dias dessa campanha eletrônica revelaram um compreensível nervosismo por parte dos candidatos e suas equipes, mas não se pode dizer que tenha havido o rebaixamento do nível geral da campanha. A presença incidental do bizarro e do exótico deve ser entendida, neste sentido, como parte da imensa diversidade do país. Da mesma maneira, o fato de haver um forte componente crítico em alguns programas condimenta a disputa e pode esclarecer as pretensões e as propostas dos candidatos.

O eleitor não se contentará com a postura de quem prefere ficar olhando para o passado

De qualquer maneira, o amadurecimento político dos brasileiros e a consolidação da democracia exigem mais do que isso. O país espera ver propostas coerentes, objetivas e viáveis e não pode ser engabelado por promessas utópicas, de feição demagógica. Mais: o eleitor não se contentará com posturas dos que preferem sistematicamente olhar para o passado, em vez de se voltarem para o futuro. E saberá extrair das mensagens veiculadas nos programas eleitorais o que é sério, permanente e serve aos interesses do país.


Topo da página



08/22/2002


Artigos Relacionados


Câmara e Senado discutem regras para eleição ao Parlasul

Juízes defendem eleição direta para cargos de direção em tribunais

SENADORES DISCUTEM DIREITOS DOS JUÍZES CLASSISTAS

Presidente do TRE não vê necessidade de nova eleição no Pará. Caso será julgado por seis juízes

Senadores discutem data da eleição do próximo presidente do Senado

Supremo mantém regras do CNJ sobre metodologia para investigar juízes