JÚLIO CAMPOS DEFENDE PROGRAMA DE REESTRUTURAÇÃO INDUSTRIAL
Como forma de aliviar o efeito das elevadas taxas de juros e da competição resultante da abertura de mercado, o senador Júlio Campos (PFL-MT) propôs hoje (dia 24) em plenário a criação de um Programa de Reestruturação Industrial. A proposta tem como objetivo financiar a modernização do setor primário, "as empresas que agora se vêem mais afogadas em dívidas e que não têm condições de pagar".
O programa, apresentado originalmente pela Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), sugere que seja aportado às indústrias um montante de capital de giro capaz de viabilizar sua recuperação operacional, garantindo sua competitividade no mercado internacional. Como conseqüência, argumentou Campos, mais empregos seriam gerados.
- Nunca será demasiado o elogio ao Plano Real. No entanto, o seu mais grave erro é a transformação da pretendida âncora cambial em armadilha cambial - declarou o senador ao comentar a situação industrial, que tem pago um alto preço pelo seu ajuste tecnológico e gerencial.
Segundo Campos, o problema reside em dois pontos cruciais: a rapidez com que foram removidas as barreiras tarifárias e não tarifárias que protegiam nossas indústrias e o nível das taxas de juros mantidas pelo Banco Central para que seja possível a manutenção da paridade cambial. "Essas duas alavancas vêm apertando o empresário brasileiro", disse.
O programa de auxílio às indústrias teria como modelo a securitização obtida no ano passado pelo setor agropecuário e que, segundo Campos, produziu excelentes resultados, trazendo de volta ao campo produtores que já haviam abandonado a atividade.
- A sistemática de financiamento teria prazos de amortização compatíveis com a real capacidade de pagamento demonstrado pelo fluxo de caixa de cada empresa, contemplando cada setor industrial com o tratamento diferenciado que sua situação exigir - resumiu o senador.
24/04/1998
Agência Senado
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