JÚLIO EDUARDO ELOGIA PROJETOS DE COMUNIDADES DO NORDESTE E AMAZÔNIA



O senador Júlio Eduardo (PV-AC) destacou nesta sexta-feira (dia 1º) exemplos de projetos de desenvolvimento sustentável que comunidades estão realizando no Acre e no semi-árido nordestino. Ele parabenizou o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, por estimular soluções apresentadas pela comunidade.

Na Amazônia, o senador narrou experiência do povo Yawanawá, que vive às margens do Rio Gregório, em Tarauacá (AC). Os índios plantam o urucum e vendem as sementes para uma empresa americana de cosméticos. Segundo ele, o projeto inverteu o processo de migração da população indígena para as cidades e possibilitou a compra de maquinário para beneficiamento de sementes e investimentos na infra-estrutura, como a implantação do sistema de eletrificação por energia solar e o funcionamento de um posto médico.

O quilo do urucum, informou o senador, é vendido a R$ 2,40 para a empresa, que usa a semente para produzir batons, xampus e condicionadores. Em duas safras anuais, os índios colhem cerca de dez toneladas do produto.

- O povo Yawanawá adaptou sua forma tradicional de produção de subsistência à necessidade de atender à demanda do mercado externo, com sustentabilidade cultural, isto é, respeitando suas tradições e sua identidade - declarou o senador.

Júlio Eduardo também narrou os objetivos de programa, lançado em Juazeiro (BA), que pretende construir um milhão de cisternas de captação e armazenamento das águas das chuvas, num prazo de cinco anos, no semi-árido nordestino. Para ele, a experiência, orçada em R$ 500 milhões, demonstra que o meio mais eficaz de combater a seca é a adoção das chamadas micro-soluções.

A cisterna, disse, é um sistema simples em que as águas, a partir dos telhados das casas, são captadas por meio de calhas que as conduzem até um reservatório semi-enterrado e coberto, construído com placas de cimento pré-moldadas.

- Construir essas cisternas é tarefa fácil que pode ser executada pela própria comunidade. Com custo inferior a R$ 500, a cisterna que pode ser construída pela própria comunidade e serve para unir a comunidade. Em vez de buscar soluções em megaprojetos, é importante dar apoio a iniciativas que façam parte do cotidiano. Para isso, instituições do terceiro setor podem contribuir muito - comentou o senador.

Para ele, o alcance social da iniciativa é imenso, já que vai beneficiar diretamente um milhão de famílias, desenvolvendo o capital social da região e reforçando as bases para a sustentabilidade econômica, social e ambiental. O apoio à organização das comunidades e à agricultura familiar é outra vantagem do projeto apontada por Júlio Eduardo.

Em aparte, o senador Tião Viana (PT-AC) elogiou o pronunciamento, pela relevância que dá a alternativas que pequenas populações reunidas vêm adotando para resolver os seus problemas e se desenvolver. Na sua opinião, esse tipo de experiência, na Amazônia e no Nordeste, faz com que seja possível confiar na tese do desenvolvimento sustentável com equilíbrio ambiental.

A defesa de projetos ambientais alternativos, também recebeu elogios do senador Carlos Patrocínio (PFL-TO). "O senador apresentou maneiras simples de resolver grandes problemas", afirmou.

01/12/2000

Agência Senado


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