JÚNIA MARISE APONTA FALÊNCIA DA SAÚDE



A saúde pública brasileira vive um processo de falência, motivado pela falta de sensibilidade social e vontade política do governo federal em considerar o setor como prioridade, disse hoje hoje (dia 20) a senadora Júnia Marise (PDT-MG), reportando-se às reduções dos recursos destinados ao setor nos orçamentos dos últimos anos.

- Na verdade, a prioridade dada ao setor saúde não era para valer. Se fosse, os gastos com saúde, no ano passado, não teriam sido inferiores em R$ 3 bilhões aos praticados em 1995 - assinalou. Segundo a senadora, as perspectivas não são melhores, já que, como observou, o orçamento para o presente exercício, de R$ 19 bilhões, é menor que o do ano anterior.

Para Júnia Marise, é impossível "não se compadecer e não se indignar diante dos semblantes tristes, de doloroso sofrimento e de contido choro, dos brasileiros de todas as idades, crianças de colo, bebês, gestantes, idosos, que varam madrugadas nas filas aguardando a oportunidade de uma consulta ou de um exame".

Na opinião da senadora, o que se verificou na área de saúde em 1997 foi um descalabro. "Os indicadores sanitários revelaram o ressurgimento de epidemias que estavam erradicadas ou sob controle; a dengue tomou proporções assustadoras, ao ponto de provocar pânico entre a população; a hepatite recrudesceu em suas várias formas; o sarampo, a hanseníase, a Aids, a meningite, a tuberculose, a febre amarela e a malária, juntamente com as mortes em série nos hospitais e nas maternidades, formaram um panorama assombroso", disse.

Júnia apresentou números sobre o crescimento de algumas doenças no período de 1996 a 1997. Os casos de sarampo pularam de 3.618 para 26.328 e as notificações de dengue saíram de 180.401 para 251.221. A incidência de tuberculose subiu de 85.860 para 90 mile a hanseníase de 34.262 para 45 mil. No ano passado, 2.884 pessoas contraíram cólera, enquanto, em 1996, 1.017 foram atingidas pela doença.

- Pode-se responsabilizar a inexistência de ações eficazes de saúde e saneamento pelo recrudescimento de boa parte dessas moléstias, conhecidas como "doenças antigas", que nos últimos três anos mataram nada menos que 18 mil brasileiros - alertou.



20/03/1998

Agência Senado


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