Justiça inocenta Diógenes da acusação de estelionato








Justiça inocenta Diógenes da acusação de estelionato
O juiz Umberto Guaspari Sudbrack, da 6ª Vara Criminal de Porto Alegre, julgou, ontem, improcedente a denúncia de estelionato contra o presidente do Clube de Seguros da Cidadania, Diógenes José Carvalho de Oliveira, e Daniel Verçosa Gonçalves, em ação movida pelo Ministério Público, baseada nas denúncias da CPI da Segurança Pública, realizada em 2001.

Pelo despacho do juiz, no processo que tramitou por sete meses na justiça, "Daniel e Diógenes não cometeram ilícito nenhum". Para tanto, acrescenta: "efetivamente, ao exame da prova produzida, percebe-se que as vítimas ou testemunhas não questionam as doações feitas, não se sentiram induzidas em erro, mediante meio fraudulento, pelo réu Diógenes".

O advogado de Diógenes, Ricardo Cunha, anunciou que seu cliente ajuizará, hoje, urna ação junto ao TRE para retirada de propaganda eleitoral onde é citado. Bem corno, complementa Ricardo, a cobrança legal dos prejuízos morais sofridos por seu cliente em todo esse processo.


Lula entra nos quartéis: duas reuniões na próxima sexta
De olho num eleitorado estimado entre 1,5 milhão a 2 milhões de votos o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva já confirmou a realização de dois encontros com oficiais das Forças Armadas, ambos dia 13, no Rio de Janeiro.

O primeiro será na ESG (Escola Superior de Guerra), a convite do general Leônidas Pires Gonçalves, presidente da Fundação de Altos Estudos e Política Estratégica da ESG. O segundo, no Clube da Aeronáutica do RJ.

Lula é o segundo candidato a ir ao clube. Ciro Gomes (PPS) falou, em 8 de agosto. José Serra (PSDB) e Anthony Garotinho (PSB) ainda não marcaram data. De todos, Lula foi o único a confirmar sua presença na ESG.


Namoro de Lula com os militares começou com elogios ao “milagre” econômico
O passo inicial da aproximação de Lula com os setores militares na campanha eleitoral foi dado há uma Semana quando, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da Rede Globo, falou várias vezes no, “milagre econômico” ocorrido na década de 70 e iniciado em pleno governo do general Emíllio Garrastazu Médici (1969-1974), o mais duro na repressão às liberdades.

"O Brasil já foi pensado enquanto nação", disse Lula. “A gente pode concordar ou não concordar. Mas o Brasil foi pensado no tempo de Getúlio, de Juscelino e pelos militares. Muitos de nós aqui foram presos, mas a verdade é que, do ponto de vista do pensamento estratégico, Os militares pensaram o Brasil. Não fizeram distribuição de renda, deixaram dívida, mas pensaram."


RS julgará o PT, diz Garotinho
O presidenciável Anthony Garotinho (PSB), disse ontem em Porto Alegre, que "não conhece e não pode falar ou avaliar o governo de Olívio Dutra e que os gaúchos é que vão julgar a administração do PT".

O candidato do PSB contou que "está aberto a apoios e acredita que, nas próximas pesquisas, estará empatado com Ciro Gomes (PPS) e José Serra (PSDB)". O candidato não poupou ironias aos seus adversários e afirmou: "Nenhum deles representa algo de novo ao país".

Garotinho disse que Ciro, "pelas alianças e apoios recebidos, como o do pefelista Antônio Carlos Magalhães, não traz nenhuma mudança". Já Lula, apontou ele, "mudou tanto e cedeu tanto, principalmente, depois de elogiar os governos militares, que vai virar um novo FHC, que pediu para rasgar o que escreveu e esquecer o que disse".


Serra não quer ser afogado em abraço com Ciro
A campanha do candidato do governo à Presidência, José Serra (PSDB), registrou o sucesso das duas primeiras semanas de propaganda na TV, mas prepara-se para enfrentar ataques pesados de Ciro Gomes (PPS), na disputa pelo segundo lugar. Calculando um crescimento lento, porém constante de seu candidato, os estrategistas de Serra estão alertas para o que chamam "abraço de afogados": uma concentração de ataque e contra-ataques que os dois adversários que acaba prejudicando ambos.

Os estrategistas tucanos avaliam que as primeiras semanas de TV alcançaram os dois objetivos propostos: derrubar as intenções de voto em Ciro e reconstruir a candidatura de Serra em torno de propostas e reforço de traços da imagem do candidato.


Conselho critica declaração de Ciro
O programa eleitoral de José Serra (PSDB), candidato do PSDB à Presidência da República, veiculado ontem no rádio, fez críticas às declarações de Ciro Gomes (PPS) sobre o papel de sua mulher, Patrícia Pillar, em sua campanha. Ciro disse que cabia à atriz “dormir com ele”.

“As mulheres brasileiras não aceitam as desculpas esfarrapadas de Ciro”, disse a locutora , que, em seguida, leu um documento de protesto divulgado pelo Conselho da Condição Feminina.

“O Conselho da Condição Feminina vêm a público repudiar as declarações de Ciro Gomes publicadas no jornal O Globo. São declarações machistas e preconceituosas contra as mulheres e nosso papel na sociedade”.


Colunistas

COISAS DA POLÍTICA

Caminhada
O vereador do PT da capital Carlos Pestana mobiliza a militância para a caminhada que acontece hoje com a chapa majoritária da Frente Popular. A saída será às 17h30, do PT da João Pessoa.

Discriminação
A vereadora do PT da capital Sofia Cavedon lembra ao MTG que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Ela repudia a violação da Constituição no caso da cavalgada gay.

Cooperativas
A lei que institui a política cooperativista do RS, projeto do deputado estadual do PDT Giovani Cherini, foi promulgada ontem. O texto prevê que o Executivo dará assistência e incentivos para a criação e desenvolvimento de cooperativas.

Comércio dominical
Na segunda-feira, durante audiência na presidência do Tribunal de Justiça, o vereador do PCdoB Raul Carrion pedirá a imediata publicação do acórdão da liminar que libera o funcionamento do comércio aos domingos na capital. Ele pretende ingressar, logo em seguida, com recurso junto ao Superior Tribunal Federal.

Orgulho
Questionado sobre a falta de propaganda, o candidato do PMDB ao Senado, Odacir Klein, disse ter orgulho de ter lidado com verbas públicas em vários cargos e hoje não ter recursos para investigar em divulgação.

Susepe
O deputado estadual do PMDB João Osório protocolou ontem projeto de lei segundo o qual ficam abonadas as faltas ao trabalho dos servidores da Susepe durante paralisação em julho e setembro. Da mesma forma, não deverá haver sanção administrativa.


Editorial

ELEIÇÃO HISTÓRICA

As eleições presidenciais deste ano vão entrar para a história brasileira. Elas podem significar um momento raro em toda a trajetória do país: em que um presidente passará a faixa para um opositor, sendo este eleito pelo voto direto. Os casos das oposições que tomaram o poder no Brasil, em geral, foram por meio de golpes. As sucessões presidenciais no Brasil foram marcadas, principalmente, pela continuidade do poder. Foi Nilo Peçanha o primeiro presidente republicano a assumir como oposicionista. De origem humilde, ele ficou no poder por apenas um ano, de 1909 a 1910.

A República Velha - de 1889 a 1930 - ficou conhecida como República do Café-com-leite por causa do acordo entre as oligarquias paulistas e mineiras, através do revezamento do poder no Palácio do Catete. A alternância era garantida pela política coronelista predominante no país.

Mas o momento político não é importante e histórico somente por isso. Ele também é marcante pelo avanço dos programas dos candidatos e pela maturidade com que a oposição e o go verno estão conduzindo a transição.

Ninguém vai mais para a TV pregando uma ruptura no poder, a vontade de começar tudo de novo, fazer uma revolução, agir de forma completamente oposta. Todos os candidatos perceberam que se avançou, e que o país não está no rumo tão errado assim.
Deram-se conta de que será mais vantajoso definir o futuro do país partindo do que já existe. Mesmo os oposicionistas.

Os presidenciáveis estão delineando as campanhas políticas de forma que elas se aproximem do sistema utilizado pelas nações do Primeiro Mundo - inegavelmente com uma história de formação social muito mais longa e amadurecida do que a nossa.
Mesmo a anos luz de distância em termos de ideologias, crenças políticas e posições partidárias, todos os possíveis sucessores de Fernando Henrique Cardoso buscam fins comuns: transparência administrativa, responsabilidade fiscal, justiça social, democracia e equilíbrio entre os poderes da República.

Hoje está faltando apenas um mês para as eleições, marcadas para 6 de outubro.
Se todos os candidatos têm um bom projeto bom para o país, e têm mesmo, o melhor é escolher aquele que realmente demonstra ter condições de aplicá-lo.

E o eleitorado agradeceria se os candidatos se preocupassem mais em demonstrar se têm essas condições do que ficarem degladiando-se entre si, repetidas e repetidas vezes.


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09/06/2002


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