Kátia Abreu quer montar grupo de trabalho para discutir combate à obesidade



A senadora Kátia Abreu (DEM- TO), autora do requerimento para a realização da audiência pública que, nesta terça-feira (12), discutiu as causas e as conseqüências do avanço da obesidade no Brasil, em especial entre as crianças, quer montar um grupo de trabalho para discutir formas de combate a essa doença e também para dar objetividade aos resultados dos debates que estão sendo realizados no Senado. A parlamentar lembrou que ainda há uma audiência pública marcada para o próximo dia 19, com o objetivo de dar continuidade ao debate, que poderá ser ainda tema de um terceiro encontro a ser agendado.

- Chegou a hora de enfrentar a responsabilidade de lidar com essa doença física e emocional dos brasileiros - frisou a senadora, que criticou a falta de legislação adequadae de regulamentação da publicidade para o setor de alimentos.

Para o presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), Papaléo Paes (PSDB-AP), a culpa pela apatia da legislação voltada para o setor é do Congresso Nacional, pois a indústria alimentícia, segundo ele, só está seguindo "o que a lei manda, com o objetivo de vender seu produto".

- A obrigação de fazer uma legislação mais eficiente é nossa e aí caberá aos órgãos de fiscalização combater aqueles que estiverem infringindo a lei - afirmou.

O senador Jayme Campos (DEM-MT) lembrou que é autor de um projeto de lei (PL 196/07) que obriga as indústrias de refrigerantes a informarem, no rótulo, o número de calorias das bebidas, bem como os males que podem causar.

Na opinião da senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), que é médica pediatra, a mídia, que tem uma influência muito grande sobre as crianças, tem que ter um papel ser mais educacional. A parlamentar pelo DEM também criticou a falta de debate sobre as doenças psicossociais que atingem os portadores de obesidade.

- Ninguém fala sobre isso, mas é preciso dimensionar esses problemas psíquicos que começam na infância e que têm origem na discriminação com o gordo - disse.

Na opinião da deputada Nilmar Ruiz (DEM-TO), só quem é obeso sabe realmente como é a discriminação social contra o gordo. Ao explicar que essa discriminação já faz parte da cultura da própria sociedade, a parlamentar defendeu mudanças na legislação com o objetivo de modificar esse comportamento.

- Se não tivermos na propaganda e nos meios de comunicação um aliado, não conseguiremos fazer nada - desabafou.

Segundo pesquisa realizada pelo setor de Apoio Técnico da Consultoria do Senado, tramitam na Casa 11 projetos que tratam de "propaganda de alimentos e bebidas", sete deles apensados numa única proposta.

A audiência pública foi realizada pela Subcomissão Permanente de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde, que funciona no âmbito da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

12/06/2007

Agência Senado


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