Lafer: governo brasileiro não cogitou enviar tropas para apoiar ofensiva americana



O ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, ao expor a posição do Brasil diante dos ataques terroristas desferidos contra os Estados Unidos no dia 11 de setembro, informou que em nenhum momento o governo federal cogitou ou se comprometeu a enviar tropas para apoiar uma resposta contra os atentados.

- Desnecessário lembrar que, se fosse eventualmente cogitado o emprego de força armada brasileira - o que, repito, não é o caso - seria necessária a autorização do Congresso Nacional - explicou.

A invocação do Tiar e as demais ações diplomáticas assumidas pelo governo brasileiro após o ataque, segundo o ministro, foram baseadas no princípio constitucional que considera o terrorismo crime inafiançável e insuscetível de anistia, respondendo por eles seus mandantes, executores e os que se omitiram quando poderiam evitá-lo.

- O repúdio ao terrorismo, valor consagrado em nossa ordem interna e projetado em nossa ação externa, é, acima de tudo, fruto da autonomia. Aqui, a liberdade coincide com a esfera do obrigatório, sendo exercida com obediência à própria lei - afirmou o ministro das Relações Exteriores.

Entre as outras medidas tomadas pelo governo brasileiro após o atentado, Celso Lafer destacou a correspondência enviada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso ao presidente George W. Bush, a decretação de luto e a prestação de assistência e apoio a cidadãos brasileiros nos Estados Unidos, inclusive com a criação de uma central de atendimento 24 horas para atender aos pedidos de informação e de localização de desaparecidos.

Celso Lafer também registrou as iniciativas tomadas com o objetivo de reforçar a segurança interna e prevenir atos terroristas em território brasileiro. Citando alguns exemplos, mencionou o controle mais rigoroso nos aeroportos, a fiscalização de operações financeiras que possam estar ligadas ao terrorismo e a vigilância contra a hipotética presença de pessoas vinculadas a atividades terroristas no Brasil.

03/10/2001

Agência Senado


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