Lafer: governo brasileiro não cogitou enviar tropas para apoiar ofensiva americana
- Desnecessário lembrar que, se fosse eventualmente cogitado o emprego de força armada brasileira - o que, repito, não é o caso - seria necessária a autorização do Congresso Nacional - explicou.
A invocação do Tiar e as demais ações diplomáticas assumidas pelo governo brasileiro após o ataque, segundo o ministro, foram baseadas no princípio constitucional que considera o terrorismo crime inafiançável e insuscetível de anistia, respondendo por eles seus mandantes, executores e os que se omitiram quando poderiam evitá-lo.
- O repúdio ao terrorismo, valor consagrado em nossa ordem interna e projetado em nossa ação externa, é, acima de tudo, fruto da autonomia. Aqui, a liberdade coincide com a esfera do obrigatório, sendo exercida com obediência à própria lei - afirmou o ministro das Relações Exteriores.
Entre as outras medidas tomadas pelo governo brasileiro após o atentado, Celso Lafer destacou a correspondência enviada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso ao presidente George W. Bush, a decretação de luto e a prestação de assistência e apoio a cidadãos brasileiros nos Estados Unidos, inclusive com a criação de uma central de atendimento 24 horas para atender aos pedidos de informação e de localização de desaparecidos.
Celso Lafer também registrou as iniciativas tomadas com o objetivo de reforçar a segurança interna e prevenir atos terroristas em território brasileiro. Citando alguns exemplos, mencionou o controle mais rigoroso nos aeroportos, a fiscalização de operações financeiras que possam estar ligadas ao terrorismo e a vigilância contra a hipotética presença de pessoas vinculadas a atividades terroristas no Brasil.
03/10/2001
Agência Senado
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