Lafer sobre EUA/Iraque: Brasil segue Conselho de Segurança da ONU
Em reunião conjunta das Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado e da Câmara dos Deputados realizada nesta quarta-feira (20), o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, reafirmou a posição do Brasil no impasse envolvendo os Estados Unidos e o Iraque: o governo brasileiro só admite o uso de força militar após o esgotamento das negociações diplomáticas e caberá ao Conselho de Segurança da ONU adotar a solução adequada.
Lafer lembrou que em agosto passado a ONU considerou que o Iraque estava descumprindo resoluções no sentido de livrar-se de armamento pesado e de cooperar com inspeção relativa a armamento nuclear. Segundo o chanceler, após dois meses de negociação, o Conselho de Segurança aprovou, em novembro passado, a Resolução nº 1.441, que determinava ao Iraque o cumprimento das obrigações impostas pela ONU. Caso o Conselho de Segurança não consiga fazer o Iraque cumprir as determinações, alertou o ministro, os Estados Unidos tomarão a iniciativa de utilizar força militar.
Para Lafer, a resolução do Conselho de Segurança foi na verdade um endosso às exigências norte-americanas. Com a recente concordância do Iraque de permitir a visita dos inspetores da ONU, passa a valer o prazo de 8 de dezembro para que o governo iraquiano encaminhe ao Conselho de Segurança um relatório de suas atividades militares e uma lista de todo o armamento que possui.
O ministro explicou ainda que não reabriu a embaixada brasileira em Bagdá devido às tensões na região, preferindo -uma postura mais prudente-. A decisão de reabrir ou não a embaixada, acrescentou, ficará para o próximo governo.
20/11/2002
Agência Senado
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