LANDO DEFENDE PARTICIPAÇÃO DO ESTADO NA RETOMADA DO DESENVOLVIMENTO



Uma nova política de desenvolvimento, comandada pelo Estado, foi defendida pelo senador Amir Lando (PMDB-RO). Para ele, qualquer retomada do crescimento, para ser acompanhada de justiça social, requer o resgate do papel do Estado enquanto definidor de investimentos públicos e de alternativas para a iniciativa privada.
- A história da economia brasileira já produziu capítulos mais que suficientes para demonstrar que o mercado é incapaz de induzir o crescimento com justiça social - afirmou.
O senador lembrou que os períodos de maior crescimento econômico brasileiro coincidem com um estado forte, como ocorreu nas décadas de 1930 a 1980, quando o crescimento da economia brasileira superou a média mundial. Disse ser de iniciativa do Estado a construção do parque siderúrgico, do sistema elétrico e de telecomunicações e das grandes extensões de estradas e ferrovias integradoras, entre outros grandes projetos.
Para o parlamentar, a capacidade de financiamento existe. Ele disse que mesmo atualmente, em sua fase mais enfraquecida, o Estado destina bilhões de reais para a implantação de projetos privados, além de instituir renúncias fiscais para a atração de indústrias pouco multiplicadoras de investimentos e de empregos. Ele citou ainda as facilidades para a aquisição de estatais e o saneamento de bancos privados feito, conforme afirmou, com administração fraudulenta.
Até mesmo a retomada das estatais já privatizadas - cuja venda, afirmou, seria o suficiente para saldar a dívida pública líquida brasileira, de R$ 517,6 bilhões - não pode ser descartada. O parlamentar defendeu a interrupção das privatizações em curso, "até que se restabeleça o papel do Estado na condução de um novo projeto de desenvolvimento indubitavelmente nacional".
Lando defendeu também a realização da reforma agrária:
- Enquanto se gasta recursos na casa dos bilhões para financiar projetos que não geram empregos e que remetem lucros para o exterior, são necessários apenas nove hectares de terras produtivas para cada emprego permanente, um investimento que não ultrapassa os R$ 10 mil por família - afirmou.

14/02/2000

Agência Senado


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