LANDO DEFENDE REORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DO GOVERNO
O senador Amir Lando (PMDB-RO) citou o seqüestro do ônibus da linha 174, no Rio de Janeiro, que terminou com dois mortos, para fazer uma análise da situação do país hoje, na sua avaliação um resultado de políticas equivocadas. Ele pregou a reorganização do Estado e do governo para a implantação de um projeto de desenvolvimento nacional, discutido com todos os segmentos da sociedade brasileira.O senador entende que não há necessidade de novo aparato legal, mas o cumprimento dos ditames existentes, o resgate da legitimidade do governo e a colocação do Estado a serviço dos interesses nacionais, priorizando o mercado interno, a distribuição de renda e a melhoria das condições de vida da população.O ônibus, afirmou o senador, representava fielmente o Brasil de hoje.- Naquele ônibus seqüestrado estávamos todos nós, pagadores de passagens, indefesos, reféns, protegidos por um Estado que, do lado de fora, perdeu a mira - disse.Amir Lando lembrou que o desemprego atinge índices alarmantes, sem que o estado tenha instrumentos capazes de estimular a geração de ocupações produtivas e que a concentração da propriedade rural é equivalente à da população nas cidades, tendo como resultado o vazio rural e o inchaço urbano. - Daí, a violência dos grandes centros e a falta de condições mínimas de sobrevivência de milhões de perambulantes, passageiros da agonia sob a mira do soldado e do celerado - observou.O senador acrescentou que quando o Estado deixou de ser atuante na atividade produtiva, o crescimento do país não correspondeu à entrada de novos contingentes no mercado de trabalho e o desemprego "feriu de morte a cidadania, gerou o desespero e ensejou a violência". As privatizações e o alto índice de desnacionalização da economia brasileira também foram criticados por Amir Lando, que lembrou, ainda, o crescimento da dívida pública brasileira, que chega a R$ 498,3 bilhões, transformando o Brasil em "refém dos credores". Como resgate, afirmou Lando, o país entrega seu melhor patrimônio, como as grandes empresas estatais.Depois de citar a corrupção, a ajuda fraudulenta a bancos falidos, a falsificação de remédios, a compra de votos e outros escândalos, Lando disse que "não há mais Estado, não há mais governo", daí a necessidade de que sejam remontados e reorganizados.
28/06/2000
Agência Senado
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