LAURO CAMPOS LAMENTA POLÍTICA CAMBIAL DE GUSTAVO FRANCO
O senador Lauro Campos (PT-DF) lamentou hoje (dia 8) que o presidente indicado do Banco Central, Gustavo Franco, quando sabatinado pelos parlamentares da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, na última quinta-feira, "utilizou o recurso de dizer 'não me lembro disso'," a sua pergunta sobre a intenção do economista de lutar para implantar uma taxa de câmbio no Brasil que fizesse com que R$ 0,50 valesse US$ 1. Segundo Campos, Franco teria feito essa afirmação, há cerca de seis meses, em São Paulo, num encontro com empresários.
Ele afirmou que Gustavo Franco Franco "se esqueceu de que ataxa (atual) de câmbio comprometeu as exportações brasileiras, tornando impossível sua equiparação à avalanche de mercadorias que entraram no Brasil, aproveitando essa taxa de câmbio sobrevalorizada, mantida a duras penas pela teimosia" de Franco.
Na opinião de Lauro Campos, a política de sobrevalorização do real frente ao dólar está destruindoempresas estrangeiras nacionalizadas e brasileiras. "Tudo foi destruído por essa taxa cambial insana, imposta pelo presidente do Banco Central. Imagine se ele tivesse conseguido uma taxa de câmbio de R$0,50 por dólar!", sustentou
O senador se referiu a uma passagem da fala presidente indicado do BC, segundo a qual o sanduíche Big Mac custava mais barato no Brasil do que nos Estados Unidos, antes do Plano Real. Lembrou Lauro Campos que, hoje, o sanduíche em questão custa seis vezes mais aqui. Mas,acrescentou,"os americanos ganham, em média, US$ 24 mil, ou seja, seis vezes mais do que os brasileiros. Ou seja, o acesso do brasileiro a um Big Mac é 36 vezes maior do que o de um americano àquele sanduíche". O parlamentar concluiu que "temos que pagar preços de Primeiro Mundo, inacessíveis, mastemos que ter salário de Terceiro Mundo".
Para Lauro Campos, "a âncora principal da inflação é a fome e a miséria do povo brasileiro". Ele disse que, "se não há demanda suficiente, e se a demanda não tem força, é óbvio que a inflação não sobe". O senador acredita que " não se tem coragem para mexer no câmbio e não podem mesmo fazê-lo, porque se o desvalorizarem em 30%, a nossa dívida externa sobe 30% em termos de custos, de real. Os preços, todos dolarizados, sobem 30% no dia seguinte, e ninguém sabe se, no dia seguinte, haverá a possibilidade de segurar o processo inflacionário que decorrerá dessa desvalorização". O senador lamentou que seja "preciso reduzir os salários, porque a taxa de câmbio é intocável".
08/08/1997
Agência Senado
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