LAURO NÃO TEME SER PROCESSADO POR MENDONÇA DE BARROS



"O bom nome de um homem e de uma mulher é a jóia mais sublime de sua alma. Aquele que rouba o meu bom nome rouba daquilo que me empobrece de verdade", afirmou hoje (dia 15) o senador Lauro Campos (PT-DF), citando o dramaturgo inglês William Shakespeare. O parlamentar petista referia-se às declarações do ministro das Comunicações, Luís Carlos Mendonça de Barros, que teria chamado Lauro Campos de "um senadorzinho qualquer", ao comentar suas críticas ao projeto de privatização da Telebrás.

Para Lauro Campos, o ministro confunde a gerência de uma empresa privada, "que deve maximizar os lucros", com a administração da coisa pública.

- Nunca pedi cargos ao governo e não piso em palácios. Não comprei os votos que me elegeram e modestamente preciso dar uma resposta aos mais de 50% dos eleitores do Distrito Federal que me colocaram aqui. Devo dizer ao ministro que não existe "senadorzinho qualquer", como não existe cidadão qualquer. Essas afirmações representam um traço marcante de uma personalidade que saiu da raia miúda e foi se aperfeiçoar na arte de administrar, sem perceber que existem duas lógicas: uma para as empresas privadas e outra para o setor público - afirmou.

O senador criticou a atuação do ministro nas vendas de estatais, como a Light e a Companhia Vale do Rio Doce, quando Luís Carlos Mendonça de Barros presidia o BNDES. "Na venda da Light, por exemplo, o vendedor financiou o comprador para que a operação não resultasse em fracasso". Lauro Campos disse que não teme um processo judicial do ministro das Comunicações. Ele lembrou que apenas está cumprindo a sua função pública de fiscalizar os atos do governo federal.

Lauro Campos aproveitou para criticar o tratamento, no seu entender diferenciado, dado pela legislação eleitoral aos candidatos à presidência da República. Para ele, o presidente Fernando Henrique Cardoso goza de tratamento especial da legislação, "resquício da ditadura militar e que confere poderes imperiais ao presidente da República".



15/06/1998

Agência Senado


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