MENDONÇA DE BARROS DEFENDE AÇÃO DO BNDES NAS PRIVATIZAÇÕES
De acordo com os princípios básicos da privatização, listados pelo senador Sérgio Machado (PSDB-CE), o ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros defendeu nesta quinta-feira (dia 19), em depoimento no plenário do Senado, a lisura do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como condutor do processo de privatizações no Brasil.Mendonça de Barros fez um histórico do Programa Nacional de Desestatização (PND) que, em sete anos, vendeu cerca de 60 empresas e arrecadou mais de US$ 80 bilhões. "O BNDES fez, em metade do tempo, o dobro que Margareth Thatcher fez na Inglaterra", comparou o ministro.Para Mendonça de Barros, o BNDES é o agente do PND por concentrar a inteligência do governo nesse campo. Na conduta do banco, continuou, não há nenhum questionamento legal levantado e nenhum caso de corrupção. No tempo que geriu o PND, continuou o ministro, o BNDES vem criando uma cultura e um padrão inatacável nos seus procedimentos.Na opinião do ministro, mais relevante que a atuação do BNDES na privatização do bloco Tele Norte-Leste foi o trabalho desenvolvido na venda da Embratel. Segundo ele, as duas empresas americanas, Sprint e MCI, estavam discutindo questões regulatórias na véspera do leilão que condicionavam sua participação no processo. Porém, no dia da venda, as duas empresas disputaram a Embratel no pregão viva-voz da bolsa, o que levou a um ágio de 30% na venda da estatal.O senador Sérgio Machado (PSDB-CE) acredita que a lisura das privatizações das teles é atestada pelo fato de que o conhecimento das fitas não levou ao favorecimento de pessoas que poderiam se beneficiar pelas informações contidas nas conversas do ministro das Comunicações. Para ele, a bolsa de valores age como o juiz na venda e a concorrência impede qualquer favorecimento.
19/11/1998
Agência Senado
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