LEVY DIAS DEFENDE HIDROVIAS NA BACIA PARANÁ-PARAGUAI
O senador Levy Dias (PPB-MS) afirmou hoje (dia 1º) que as vantagens competitivas do país, no contexto do Mercosul e do mercado internacional, poderiam ser plenamente exploradas caso o Brasil mudasse sua "velha opção preferencial pelas rodovias" como matriz para o transporte de carga e investisse na intermodalidade.
Para ele, se os países que integram o Mercosul fossem interligados por hidrovias, explorando a navegabilidade dos rios Paraná e Paraguai, seriam garantidos "maior capacidade de carga e menor taxa de poluição", com importantes efeitos positivos para o escoamento da produção do Centro-Oeste.
No caso do Brasil, em que as rodovias transformaram-se em "estradas de solavancagem", Levy Dias considerou que, mesmo que elas estivessem em perfeitas condições, "o emprego extensivo de caminhões resulta em maiores custos por tonelada-quilômetro que as alternativas ferroviária e hidroviária".
O senador explicou que cada litro de combustível consumido por um caminhão transporta uma tonelada de carga por 25 quilômetros. O mesmo combustível, consumido por uma locomotiva, leva a mesma carga por 86 quilômetros e, utilizado num rebocador-empurrador de barcaças, permite que idêntica carga seja transportada ao longo de 219 quilômetros.
Os investimentos necessários à navegabilidade da bacia do Prata também seriam mais baixos, salientou Levy Dias. Para ligar Corumbá a Buenos Aires de maneira ininterrupta, sem paradas noturnas e manobras de desmembramento de comboios, bastaria o desenrocamento de alguns trechos do rio Paraguai e a implementação de sinalização noturna, explicou.
Quanto à maior capacidade de carga permitida pelo transporte hidroviário, Levy Dias afirmou que "cada barcaça pode transportar 1.500 toneladas de carga, o equivalente a 30 vagões ferroviários ou a 60 caminhões".
Levy Dias entende que o Mato Grosso, como segundo produtor de soja no país, poderia dispor de vantagens competitivas se o transporte para a Argentina fosse facilitado. Com um parque industrial de oleaginosos com capacidade de beneficiar 27 milhões de toneladas de grãos, a Argentina produziu, em 1997, 11 milhões de toneladas.
- Há, portanto, 13 milhões de toneladas potenciais de capacidade ociosa de beneficiamento de grãos na Argentina, capacidade que poderá ser ocupada pelo insumo do Centro-Oeste brasileiro e da Bolívia, se o custo de transporte for compatível, isto é, se a hidrovia Paraguai-Paraná for implementada - disse.
Em apartes, os senadores Ramez Tebet (PMDB-MS), Jonas Pinheiro (PFL-MT), Romeu Tuma (PFL-SP) e Carlos Patrocínio (PFL-TO) destacaram a oportunidade do pronunciamento de Levy Dias e também defenderam mudanças na matriz de transporte de carga do país.01/07/1997
Agência Senado
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