Líder do governo relata medidas de segurança contra o antraz no Brasil



O líder do governo no Senado, senador Artur da Távola (PSDB-RJ), comunicou ao Plenário, nesta terça-feira (16), as medidas tomadas pelo governo federal a fim de proteger os brasileiros contra possíveis casos de contaminação por antraz no país. Cinco hospitais de referência especializados no tratamento de doenças transmissíveis foram preparados nas principais capitais brasileiras para atender pessoas com suspeita de contaminação, segundo informou.

Casos de infecção pela bactéria foram detectados na última semana em quatro estados norte-americanos e existe temor de que se trate de um ataque de bioterrorismo. No Rio de Janeiro, houve suspeita de contaminação em um avião vindo da Europa, mas exames não diagnosticaram presença da bactéria na aeronave.

Os hospitais preparados para atuar no caso de contaminação por antraz são: São Sebastião, no Rio de Janeiro; Emílio Ribas, em São Paulo, Miguel Couto, em Salvador e Oswaldo Cruz em Recife e Curitiba. Três órgãos vinculados ao Ministério da Saúde - Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Centro Nacional de Epidemiologia (Cenep) - trabalharão em conjunto com a Polícia Federal, Receita Federal, Departamento de Aviação Civil (DAC), Infraero e Correios em ações preventivas, inicialmente nos aeroportos do Rio e São Paulo.

A Infraero capacitará seus funcionários da área de limpeza para reconhecer situações de risco. A Polícia Federal será responsável pelo recolhimento de substâncias suspeitas e seu envio à Fiocruz, que fará as análises.

Artur da Távola informou ainda que o Ministério da Saúde conta com uma Equipe de Respostas Rápidas a Emergências Epidemiológicas treinada nos Estados Unidos. Além disso, portaria do Ministério da Saúde determina que laboratórios que usam antraz devem notificar o ministério, para que técnicos verifiquem a segurança do local.

No Brasil, o nome antraz designa tanto a bactéria ou bacilo quanto a doença causada pelo microorganismo. De acordo com informações do Ministério da Saúde e do site EstudMed.com, a doença antraz (mais conhecida como carbúnculo) é causada pelo Bacillus anthracis, um bacilo formador de esporos que pode ser encontrado em todo o mundo. Os esporos são muito resistentes ao calor e podem sobreviver durante décadas no solo. Os animais domésticos e selvagens são infectados mediante a ingestão do esporo por pastar em terra contaminada ou comerem alimentos com o bacilo. O homem é infectado por meio da ingestão de carnes contaminadas ou por exposição a carcaças, pele, lã, pêlos e ossos contaminados.

Com o uso de vacinas em animais e em trabalhadores de alto risco, tem sido notificado um caso de antraz por ano durante os últimos dez anos nos EUA. No Brasil não existe registro da doença em humanos. A maioria dos casos naturais hoje acontece na África e Ásia. Há três formas de antraz: cutâneo (responsável por 95% dos casos de antraz que acontece naturalmente no mundo); gastrointestinal e de inalação, esta última fatal em 90% dos casos. O tratamento é feito com antibióticos e deve ser intensivo ao primeiro sinal da doença.

16/10/2001

Agência Senado


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