LÍDERES DO SENADO ENCAMINHAM VOTAÇÃO EM BLOCO DAS EMENDAS



O senador Roberto Saturnino (PSB-RJ), em nome do seu partido, anunciou o voto contra o requerimento que propunha votação em globo das emendas à medida provisória que instituiu o salário mínimo de R$ 151,00. Ele justificou que o seu partido defende os R$ 177,00. Saturnino disse que o argumento fiscal é uma farsa que se montou no país, já que não vale para os rombos do Banco Central nem para o mercado financeiro. "Só vale para arrochar o trabalhador e o aposentado brasileiro".Ele alertou que o nível de indignação do povo e o descrédito diante das instituições "estão crescendo a um ponto que não vai acabar bem". Saturnino previu que vai ser preciso muita polícia pra acalmar o povo indignado. O senador Paulo Hartung (PPS-ES) também se disse contra a votação em globo das emendas.Já a senadora Heloísa Helena (PT-AL) considerou que o mais angustiante é encarar os argumentos fraudulentos do governo no sentido de dizer que não pode estabelecer R$ 177 para o salário mínimo. Ela também criticou os parlamentares do governo por assinarem emendas apenas para impedir que a proposta de R$ 177 fosse votada separadamente. - O que está em jogo é quase uma concepção dentro da base do governo para disputar quem é mais súdito do rei Fernando Henrique Cardoso, que arrota arrogância junto ao Congresso. É enganação dizer que o salário de 177 reais vai retomar a inflação, destruir o país e gerar desemprego - comentou Heloísa Helena.Por outro lado, o senador Sérgio Machado (PSDB-CE) defendeu o salário mínimo de R$ 151,00 alegando que este é o aumento possível de oferecer aos trabalhadores brasileiros no momento. Ele disse que o seu partido optou por não fazer a política da conveniência, mas a que possibilitará ao país fazer as mudanças estruturais que possibilitarão melhorar a vida das pessoas. - Este é o aumento possível, e a partir de agora cada parlamentar pode ir para o seu estado e pedir ao seu governador que conceda um piso maior - afirmou Sérgio Machado.Na mesma linha, o senador Hugo Napoleão (PFL-PI) informou que os governadores do seu partido se anteciparam ao aumento do salário mínimo e ofereceram um reajuste maior, como foi o caso de Roseana Sarney (Maranhão), César Borges (Bahia) e Amazonino Mendes (Amazonas). Ele defendeu a votação em bloco das emendas, assim como o senador Jader Barbalho (PMDB-PA).

10/05/2000

Agência Senado


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