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O corregedor do Senado e os líderes do PDT e do PSB na Casa se somaram nesta terça-feira (27) às vozes que pedem à Procuradoria Geral da República informações sobre o possível envolvimento do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e alguns deputados com o empresário Carlos Augusto Ramos, mais conhecido como Carlos Cachoeira, que está preso sob a acusação de explorar ilegalmente o jogo em Goiás.

Em entrevista pela manhã, o líder do PT, Walter Pinheiro (BA), informou que vai enviar novo pedido de esclarecimentos sobre o caso Cachoeira ao procurador-geral, Roberto Gurgel, que não se manifestou sobre o primeiro. Desta vez, o ofício será assinado também pelo pedetista Acir Gurgacz (RO) e por Lídice da Mata, do PSB da Bahia. Na segunda-feira, os senadores Pedro taques (PDT-MT), Ana Amélia (PP-RS) e Jorge Viana (PT-AC) haviam cobrado, em Plenário, explicações de Demóstenes sobre as acusações.

Segundo Pinheiro, só após manifestação da Procuradoria e da avaliação dessas informações é que paralamentar do DEM pode ser investigado pelo Conselho de Ética do Senado.

- O Conselho de Ética tem a ver com questão de decoro. O que estamos pedindo aqui é uma questão de crime. Ao parlamento, cabe julgar a quebra de decoro. Não há nenhum processo de investigação oficial contra os parlamentares. Queremos, por enquanto, que um processo seja aberto. Precisamos disso até para que possamos tomar as providências posteriores – salientou Walter Pinheiro.

Segundo Walter Pinheiro, Roberto Gurgel ignorou a primeira representação apresentada na última terça-feira (20). O parlamentar disse também que os senadores estudam a possibilidade de protocolar uma representação contra Gurgel no Conselho Nacional do Ministério Público, em caso de nova negativa do procurador.

- Estou pouco me importando se o procurador não quer me receber. O que estamos pedindo nessa nova representação é que ele cumpra sua função. Vamos dar entrada hoje a nova representação e se possível cobrar do procurador nas próximas 48 horas uma resposta à nossa petição. Isso não acontecendo, vamos discutir com os partidos a possibilidade de representar inclusive contra o procurador no Conselho Nacional do Ministério Público – afirmou.

Já o Corregedor do Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB), confirmou ter enviado a Gurgel solicitação para ter acesso a relatório da Polícia Federal que supostamente registra conversas entre Demóstenes e Cachoeira, preso em fevereiro acusado de bancar o jogo do bicho e máquinas caça-níqueis.

A revista Carta Capital do último fim de semana publicou o que afirma ser o teor de um relatório da PF, no qual Demóstenes é acusado de receber recursos do esquema de exploração de jogos ilegais de Cachoeira. Matéria do jornal O Globo fala de um pedido de dinheiro feito pelo senador goiano ao contraventor. Semanas atrás, Demóstenes havia sido acusado de receber presentes e de trocar cerca de 300 telefonemas com Cachoeira, conforme informações da Polícia Federal.

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