Lindberg diz que franqueados do McDonald"s estão sendo lesados



O senador Lindberg Cury (PFL-DF) declarou em Plenário nesta quinta-feira (6) que a audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) que analisou a situação dos franqueados da rede de lanchonetes McDonald"s trouxe provas "insofismáveis" de que empresas brasileiras são submetidas a contratos "desiguais e leoninos". Também ficou claro, acrescentou o senador, que as empresas brasileiras não podem estar sujeitas ao domínio das multinacionais. Ele anunciou que proporá à CAE a realização de nova audiência pública, no dia 18, com representantes da Ford para discutir o relacionamento que a montadora de automóveis mantém com as concessionárias nacionais.

Lindberg criticou ainda o comportamento da Ambev. Segundo ele, desde que passou a controlar o mercado de cervejas, a Ambev ganhou características de uma multinacional, impondo aos distribuidores contratos de adesão "violentos, que inviabilizam as empresas nacionais". A multinacional, disse, substituiu as distribuidoras por supermercados, e muitas delas são empresas familiares que conquistaram o mercado a muito custo.

- Os contratos de multinacionais com empresas brasileiras são uma covardia e uma traição à nossa Constituição. Precisamos mostrar que as empresas brasileiras fazem parte de um país moderno e que elas merecem respeito. O Brasil não pode ficar submisso. Não sou contrário aos franqueadores, aos supermercados, mas o que queremos é paridade no tratamento - afirmou Lindberg.

Segundo o senador, nos Estados Unidos a Ford não pode descredenciar uma concessionária sem indenizar seu proprietário. No Brasil não existe esse tipo de proteção e o empresário, seus fornecedores e empregados ficam sem suas atividades de um dia para o outro, comparou.

- As multinacionais não permitem o aparecimento de novas lideranças no empresariado nacional. A Ford colocou na miséria mais de 300 revendedores, alguns deles com mais de 50 anos de existência - denunciou.

Em seu discurso, Lindberg destacou o trabalho da Associação dos Franqueados Independentes (Afin), que enfrentou as multinacionais e visitou os gabinetes dos senadores para mostrar a situação dos empresários nacionais. Apesar das ameaças que vem recebendo, revelou o senador, ele disse que não tem medo e se colocou à disposição para representar quem se sente lesado pelas multinacionais. Ele registrou que também tem sido estimulado a continuar questionando os contratos de multinacionais com empresários nacionais.

- As multinacionais partem do princípio de que o empresário brasileiro não merece credibilidade. Mas vivemos outro momento, da globalização, em que não existe mais espaço para contratos que têm como finalidade exterminar as empresas locais. Estamos logrando êxito. Vamos dar aos contratos condições de igualdade modernas - assegurou Lindberg, que elogiou a atuação do presidente da CAE, senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), que conduziu a audiência pública com os franqueados da rede McDonald"s.



06/06/2002

Agência Senado


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