Lindberg protesta contra "indústria de multas" no DF



O senador Lindberg Cury (PFL-DF) protestou nesta segunda-feira (dia 10) contra a falta de critérios do governo do Distrito Federal na instalação do que classificou como "excelente negócio" e "lucrativa indústria de multas - os radares fixos conhecidos como "pardais" e as lombadas eletrônicas que são utilizados para multar motoristas por excesso de velocidade. Lindberg disse ser injustificável que trechos de pouco trânsito e com pouca densidade populacional, como o bairro Lago Sul, tenham radares para velocidades muito baixas. Ele esclareceu que não defende infratores, mas os motoristas que são induzidos ao erro pelas autoridades. Estas, na sua opinião, procuram confundir para aumentar a arrecadação com radares eletrônicos controlados por empresas privadas.

- Recentemente, as autoridades do trânsito modificaram os limites na L-4 Sul, Avenida das Nações. No início da via há um pardal para medir velocidade de 60 km/hora. Poucos metros adiante a velocidade sobe para 80 km/hora, com três pardais instalados. Final e inexplicavelmente, após o shopping center Pier 21, a velocidade cai para 70km/hora. É incompreensível que uma mesma via, moderna, de mão única, com três pistas, tenha três limites de velocidade diferentes, que confundem o motorista que não está costumado a transitar nela.

O senador Leomar Quintanilha (PPB-TO) associou-se aos protestos de Lindberg e criticou a parceria de empresas privadas com o GDF para aplicação de multas de trânsito. "Parece mais um negócio do que uma política de orientação dos motoristas. Chega a ser abusivo o ganho com as multas", afirmou. Leomar aconselhou aos motoristas multados que recorram ao Procon para saber se os seus direitos estão sendo lesados.

Para Quintanilha, as autoridades do governo do Distrito Federal (GDF) estão preocupadas apenas em punir, em multar os motoristas, e não tomam iniciativas para resolver o problema. "É melhor confundir do que orientar", afirmou.

Lindberg lembrou que juízes acusaram o abuso e o Ministério Público do DF já investiga a legalidade do contrato entre o GDF e o consórcio de empresas que venceu a licitação para a exploração e operação de quatro radares móveis. O senador explicou que o contrato estabelece que, para cada multa de radar móvel paga ao GDF, as empresas recebem R$ 36, e que no período de 20 de julho a 27 de agosto foram registradas cerca de 32 mil infrações de trânsito, representando um faturamento para o GDF de, no mínimo, R$ 5,472 milhões, e para as empresas de R$ 1,152 milhão. O senador sugeriu que o governo de Brasília cumpra as exigências do Código Brasileiro de Trânsito, como quebra-molas dentro dos padrões especificados e maior racionalização nas faixas de pedestres, além de destinar parte do tempo gasto em campanhas publicitárias para a divulgação de campanhas educativas de trânsito.

10/09/2001

Agência Senado


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