LOBÃO PEDE PRAZO MAIOR PARA LIBERAÇÃO DO PREÇO DO ÁLCOOL
O senador Edison Lobão (PFL-MA) criticou hoje (dia 31) a liberação dos preços do álcool hidratado e da cana-de-açúcar, marcada para o dia 1º de maio, argumentando que a medida pode levar o setor da agroindústria sucroalcooleira "à extinção". Ele pediua ampliação do prazo de 12 meses para liberação dos preços - definido por portaria ministerial - para 36 meses, a exemplo do que acontece com os derivados do petróleo.
Nesse mercado, afirmou Lobão, sete companhias distribuidoras têm o poder de fixar o preço da sua conveniência. "Muitas das nossas usinas, que já vendem o álcool por preço inferior ao seu custo, não resistirão às pressões", declarou.
Uma das preocupações de Lobão é que o desemprego atinja o setor. Segundo ele, a indústria da cana emprega 5 milhões de pessoas, representando cerca de 17% do Produto Interno Bruto agrícola.
Lobão, que faz parte da Frente Parlamentar Sucroalcooleira, defende a retomada do Proálcool como iniciativa para a defesa desse "setor estratégico" para a economia nacional. Conforme o senador, até o presidente da Agência Nacional do Petróleo, David Zylbernsztajn, admite a importância do programa. "Não parece racional que o Proálcool vincule seu destino a portarias ministeriais", afirmou.
Outra alternativa apontada por Lobão para o setor é a mistura de 10% de álcool aditivado ao diesel, o que demandaria uma produção de mais 8 bilhões de litros do combustível. Além disso, a medida diminuiria em até 25% a emissão de partículas poluentes.
31/03/1998
Agência Senado
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