LOBÃO PROTESTA CONTRA TRATAMENTO DADO À PECUÁRIA MARANHENSE
- É que as severas restrições para a exportação do boi vivo, situado nas regiões onde ainda não ocorreu a erradicação da febre aftosa, estenderam-se agora para as carnes frescas - explicou o senador.
Lobão afirmou que a exigência burocrática de inúmeros documentos já havia inviabilizado os negócios do setor, pois a pecuária do Maranhão, Pará, Tocantins e Rondônia, sobrevive mais com a exportação do que com o consumo interno, e a seqüência de normas determinadas pelo governo federal tornou a atividade impraticável. "Se a situação já era difícil pela proibição da exportação do gado em pé, tornou-se agora desesperadora com a sua extensão para a carne com osso e desossada", afirmou.
O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) disse que não compreende as restrições impostas pelo Ministério da Agricultura ao rebanho maranhense, e que o Mato Grosso do Sul também vem lutando para conseguir exportar carne com osso. Para Tebet, não é possível que o país não consiga instalar laboratórios para examinar os rebanhos e enquadrá-los nas exigências sanitárias. Ele lembrou também que o Paraguai é considerado um país livre da febre aftosa, mas já foi comprovado que uma das infestações da doença no Mato Grosso do Sul foi provocada pelo contrabando de gado paraguaio.
O senador Eduardo Siqueira Campos (PFL-TO) afirmou que essas restrições exageradas são parte de um jogo internacional em que as autoridades brasileiras estão caindo. Siqueira disse que este "é o mais novo empecilho" criado para impedir a entrada do Brasil no mercado internacional de carne bovina e que as autoridades deveriam preocupar-se em prover as condições sanitárias e não impor restrições absurdas.
O senador Amir Lando (PMDB-RO) disse que a pecuária do seu estado está sofrendo as mesmas restrições impostas ao Maranhão e que o preço da carne já foi reduzido em 25%, podendo chegar a 30%. Lando informou que a carne desossada não carrega o vírus que provoca a febre aftosa e garantiu que a restrição a esse tipo de carne é desnecessária.
24/01/2000
Agência Senado
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