Lúcia Vânia critica centralização dos programas da área social
A possibilidade do Programa Fome Zero centralizar as ações sociais, reduzindo todos os programas de transferência de renda implantados no governo Fernando Henrique Cardoso, foi criticada pela senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) nesta quarta-feira (9). Ela disse que a centralização de programas da área social é um erro e desafiou qualquer especialista da área com vivência em administração pública a defender essa tese.
A senadora por Goiás também considerou equivocada a determinação do ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano, de afastar as prefeituras do trabalho de refazer o cadastro único, com mais de 5 milhões de famílias ou cerca de 25 milhões de pessoas, que serviu de base para os programas sociais do governo anterior.
- Se o cadastro herdado contém falhas, elas precisam ser corrigidas, mas o trabalho não pode ser desprezado. Foi um investimento de tempo e de recursos públicos, pelos quais temos obrigação de zelar. Afinal, a construção do cadastro único consumiu 100 milhões de reais e, no mínimo, iremos gastar outros 100 milhões para refazê-lo - afirmou Lúcia Vânia.
Outro aspecto da política social do governo Luiz Inácio Lula da Silva que mereceu críticas de Lúcia Vânia foi a possibilidade de alguns programas do governo anterior serem substituídos ou simplesmente abandonados. Ela afirmou que seria um retrocesso para o país acabar com as experiências bem-sucedidas, o que traria efeitos negativos para a população mais carente.
Entre as iniciativas do governo Fernando Henrique destacadas por Lúcia Vânia está a Rede de Proteção Social, criada em 1995, que envolvia 12 programas federais cujas ações estavam voltadas para os mais pobres. Ela ressaltou que, em 2002, os recursos ultrapassavam mais de R$ 30 bilhões, o que representava mais do que o governo federal recebeu de Imposto de Renda de pessoas físicas e jurídicas.
09/04/2003
Agência Senado
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