Lúcia Vânia diz que experiência na área social não deve ser descartada



O conhecimento adquirido na área social durante os oito anos da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não pode ser rejeitado pela equipe do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas sim aperfeiçoado, disse a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO).

- Políticas sociais continuamente reinventadas custam caro ao Estado e não contribuem para reduzir desigualdades. Ao contrário, provocam a frustração e tiram a esperança dos que mais precisam - afirmou a senadora.

Lúcia Vânia explicou que o desenvolvimento de uma política social requer tempo para a identificação de problemas, a proposição de soluções, a definição de indicadores, a implantação de programas, a organização de parcerias e a avaliação de resultados. A própria ministra da Assistência e da Promoção Social, Benedita da Silva, disse a senadora, já admitiu isso.

A senadora entende que a demora em adotar -a prometida guinada na política social- prometida pelo Ministério da Assistência e da Promoção Social mostra que as ações desenvolvidas no governo passado estavam no caminho certo.

- Se os programas sociais desenvolvidos anteriormente não foram desativados até agora, é porque eles foram bem desenhados - disse.

Lúcia Vânia admitiu, no entanto, que, apesar dos esforços do governo passado, há muito a ser feito para a redução das desigualdades sociais no Brasil. Citando pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elaborada a partir dos dados do Censo 2000 e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a senadora destacou que a melhoria dos indicadores sociais foi generalizada. Porém, a desigualdade continua a ser um dos traços marcantes da sociedade brasileira.

O estudo do IBGE revelou que os mais ricos - uma parcela de 1% da população - acumulam o mesmo volume de rendimentos dos 50% mais pobres. Nesse contexto, acrescentou Lúcia Vânia, a pobreza continua sendo negra e feminina. Os ganhos dos trabalhadores negros e pardos representam, em média, 50% do rendimento dos brancos.

Por causa das desigualdades, ressaltou a senadora, outros problemas são gerados, como falta de acesso ao saneamento básico adequado, à educação superior ou à carteira de trabalho assinada. Ademais, 54% da população ocupada, ou 40 milhões de brasileiros, não contribuem para a Previdência.



24/06/2003

Agência Senado


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