Lúcio Alcântara defende apoio do Brasil à Argentina
O que o Brasil pode fazer nesse momento para ajudar a Argentina a sair da crise é apoiá-la no relacionamento com os países ricos e com os organismos financeiros internacionais, afirmou nesta quarta-feira (09) o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
- O Brasil pode de alguma forma apoiar no plano internacional as iniciativas do governo argentino e, no possível, transformar também essa solidariedade em medidas práticas em relação à Argentina. Já houve inclusive doação de medicamentos. Eu acho que é muito importante nesse momento o Brasil se mostrar solidário com a Argentina.
Na opinião de Lúcio Alcântara, vai haver um movimento do próprio FMI no sentido de dar um suporte à economia argentina e ao plano que os governantes daquele país estão colocando em andamento.
Ele também entende que essa crise pode ajudar a Argentina a refazer suas relações dentro do Mercosul. Conseqüentemente, esse mercado comum pode vir a se fortalecer, depois da malograda experiência argentina de intensificar o comércio apenas com a América do Norte, que foi definida por um ministro daquele país como "relações carnais com os Estados Unidos".
O parlamentar observou ainda que a desvalorização do peso pode provocar hiperinflação na Argentina. - Os preços podem subir muito, mas a situação como estava era insustentável, não tinha como continuar.
Lúcio Alcântara reconheceu que a alta do dólar no Brasil revela que, de alguma forma, o país pode estar sendo atingido pela crise argentina.
- Dizer que o Brasil não é de alguma maneira afetado não é possível. Mas creio que o risco é bem menor do que se imaginava - disse.
O senador também observou que pode haver uma queda das exportações brasileiras para aquele país. Mas, lembrando que esse comércio já representou mais de 20% do nosso mercado com o exterior, afirmou que o Brasil tem um portfolio muito variado de países que importam nossos produtos, o que torna menor o risco de danos à balança comercial.
09/01/2002
Agência Senado
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