Lúcio Alcântara acha que o novo pacote vai tirar Argentina da crise



O senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) acredita que o último pacote econômico argentino terá eficácia para tirar o país da crise vivida atualmente. As medidas adotadas, no ponto de vista do senador, são consistentes e vão contribuir para melhorar o clima político e o nível de tolerância da sociedade para com as mudanças realizadas com a nova política de câmbio flexível.

Para Lúcio Alcântara, presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, o pacote argentino deve obter boa repercussão internacional, de modo a facilitar a concessão da ajuda financeira dos organismos multilaterais, principalmente do Fundo Monetário Internacional (FMI), que pode abrir uma linha de crédito entre US$ 10 bilhões e US$ 15 bilhões para o governo argentino.

O senador pelo Ceará acredita que o estabelecimento da política de câmbio flutuante pelo governo argentino foi uma decisão acertada, após a constatação da inviabilidade do câmbio fixo ( currency board ), "que levou o país à ruína".

Alcântara entende que não haverá outro caminho para os organismos multilaterais a não ser apoiar o novo plano argentino, até porque a Argentina seguiu todas as recomendações do FMI, favorável plenamente ao livre mercado e à globalização. Agora, diante da crise, o senador entende que esses organismos têm o compromisso moral de ajudar no socorro à Argentina. Eles devem ainda levar em conta que a bancarrota da Argentina seria algo que causaria sérios danos a todo o comércio internacional, avaliou o senador.

Sobre a possibilidade de "contágio da situação argentina", Lúcio Alcântara disse que até agora o Brasil tem conseguido pleno êxito em mostrar à comunidade internacional que a situação do Brasil difere em muito da situação do país vizinho e parceiro do Mercosul. "Esperamos continuar com essa imagem no sistema financeiro internacional, que naturalmente nos enxerga também com nossas deficiências típicas. O que não queremos é que adicionem outras deficiências às nossas, deficiências com as quais não temos nada a ver", afirmou.

04/02/2002

Agência Senado


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