LÚDIO: ASSASSINATO DO VICE-PRESIDENTE PARAGUAIO É DURO GOLPE PARA O MERCOSUL
O assassinato do vice-presidente do Paraguai, Luís Maria Argaña, no último dia 23, constitui, na opinião do senador Lúdio Coelho (PSDB-MS), séria ameaça à ordem democrática do Paraguai. Para o senador, o episódio também representa um "duro golpe" para o Mercosul.- Desta feita, a crise não está circunscrita às vicissitudes econômicas, mas, antes, reveste-se de extrema gravidade, na medida em que pode atingir profundamente as instituições de uma jovem democracia - declarou Lúdio da tribuna do plenário, nesta sexta-feira (dia 26).Para Lúdio, a manutenção do Estado de Direito é condição essencial ao processo de integração e o estreitamento contínuo das relações entre os quatro países que compõem o Mercosul. Na avaliação do senador, somente a confiança e previsibilidade das ações de governo formam, no mundo atual, o ambiente favorável aos negócios.- O processo de integração deve ter como fim último não apenas a liberalização do comércio entre as nações, mas também a construção de sociedades crescentemente prósperas e justas, alicerçadas no respeito aos direitos humanos e no exercício da democracia - afirmou.O senador, que é presidente da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, ressaltou o fato de que os países membros do tratado mobilizaram-se rapidamente para repudiar os atos de violência verificados no Paraguai. Da mesma forma, Lúdio disse que os parlamentos do Mercosul sempre reiteraram a sua preocupação em salvaguardar a liberdade, a paz, a democracia e a vigência dos direitos humanos.Segundo o senador, o Mercosul dispõe de instrumentos que garantem a ordem democrática na região. Um dos protocolos integrantes do Tratado de Assunção afirma que a ruptura da ordem democrática em qualquer um dos países membros implica a aplicação de medidas que vão desde a suspensão do direito de participar dos órgãos do Mercosul até a suspensão dos direitos e obrigações constantes do processo de integração.- Desejamos expressar nossa esperança de que o desafio representado pelo episódio de violência política que vitimou o vice-presidente do Paraguai resulte não em aventuras extraconstitucionais, mas sim no aperfeiçoamento e amadurecimento do Estado de Direito naquele país irmão - concluiu o senador.
26/03/1999
Agência Senado
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