LUIZ OTÁVIO: HIDROVIAS SÃO CAMINHOS NATURAIS NA REGIÃO NORTE
Em oposição à "histeria" das organizações não-governamentais (ONGs), o senador Luiz Otávio (PPB-PA) afirmou hoje (dia 7) que as hidrovias em vias de implantação na região Norte são caminhos naturais de integração dos amazônidas ao mercado nacional e internacional. Ele referiu-se às hidrovias Araguaia/Tocantins, em fase de elaboração do projeto e levantamento financeiro, e à do Capim, que conectará o arquipélago de Marajó a Macapá (AP) e dará acesso ao Pacífico.Esta última hidrovia também permitirá o plantio de soja em áreas com terras degradadas, cuja produção poderá ser escoada para o mercado internacional, disse. O senador salientou que, tanto as hidrovias são caminhos naturais, que a região conta com cerca de 100 mil embarcações, 60% delas regularizadas.Luiz Otávio também registrou a assinatura de convênio, no município de Tefé, para a construção de um centro de pesquisas sobre a Amazônia. O evento contou com a presença do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, do ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, do governador Amazonino Mendes (AM) e do senador pelo Amazonas, Gilberto Mestrinho.Segundo o senador, o Ministério do Meio Ambiente tem se caracterizado "por ouvir as ONGs", mas não só estas têm o que dizer relativamente à Amazônia, na sua opinião.Em aparte, o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) disse que, em seu estado, com relação à navegação do rio Paraguai, ocorrem resistências semelhantes, mas "estamos dispostos a adotar a filosofia de adaptar as embarcações de modo que elas não agridam o meio ambiente". Marina Silva (PT-AC), por sua vez, concordou que "a Amazônia não é um santuário" e referiu-se à administração petista de seu estado, que realizou o zoneamento ecológico-econômico para "explorar a floresta com sabedoria". Dados estatísticos comprovariam, a seu ver, que até hoje a exploração da Amazônia nada teve de sábio: em 30 anos, a devastação de 532 mil quilômetros quadrados de florestas, correspondentes à área da França, resultou num retorno econômico equivalente a apenas três anos do PIB francês.
07/06/1999
Agência Senado
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