LUZIA TOLEDO ALERTA PARA BAIXA QUALIDADE DO SOLO BRASILEIRO



Alarmada com as precárias condições alimentares da população brasileira, a senadora Luzia Toledo (PSDB-ES) alertou para a baixa qualidade do solo no Brasil, que vem gerando grave carência nutricional na população. "Pesquisadores reunidos, no final de agosto último, no 3º Encontro Brasileiro de Transtornos Alimentares e Obesidade, alertam para o crescimento de casos de distúrbio alimentar entre os brasileiros. Isso não pode ser novidade, mas aponta para outro problema mais grave, qual seja, a baixa qualidade nutritiva dos solos e subsolos de nosso país".Segundo a senadora, pesquisas têm comprovado que os solos do Brasil sofrem de deficiência na composição mineral e sugeriu a adoção de uma política nacional de correção do solo, a exemplo do que vem sendo feito nos Estados Unidos desde 1934, embora já tivessem consciência do problema 15 anos antes de implementar um projeto de reposição mineral do solo. "Não devemos esquecer que a demora de 15 anos na execução do projeto nos EUA pode ser reduzida para apenas um ano no caso do Brasil, em virtude da alta tecnologia mundial disponível", observou.Luzia explicou que a deficiência nutricional atinge a todos, independente de classe social. "A dieta do povo brasileiro seria, portanto, considerada insatisfatória, incapaz de repor os nutrientes minerais essenciais aos níveis mínimos necessários para a manutenção de uma vida saudável e produtiva. As conseqüências desse quadro se agravam se associarmos isso ao não atendimento das necessidades alimentares básicas da população infantil, gestantes e idosos", afirmou a senadora.De acordo com as pesquisas relatadas pela senadora, o solo tropical carece de elementos nutrientes básicos, como selênio, zinco, cálcio, ferro e magnésio, minerais indispensáveis à boa forma física e mental. A senadora explicou que o brasileiro acredita na ilusão de que a beleza, a fertilidade e a variedade vegetal dos trópicos são sinônimos de qualidade nutricional da planta. "Mesmo os produtos de origem animal e derivados, não estão isentos de deficiência nutricional, pois são ingeridos em nosso organismos também na condição de carência em minerais", assinalou.Para obter o suprimento mínimo de nutrientes essenciais, continuou Luzia Toledo, o brasileiro teria que consumir, diariamente, um quilo de pão, 800 gramas de macarrão, 500 gramas de mandioca, 150 gramas de feijão e 200 gramas de arroz. A deficiência nutricional acaba gerando diversos males, como degeneração pancreática, músculos flácidos, miopatias cardíacas, mal funcionamento de enzimas vitais, atrasos no crescimento, diarréias, depressão da função imunológica, raquitismo, hipertensão, osteoporose, anemia, doenças crônicas cardiovasculares, renais e neuromusculares, diabetes e várias doenças degenerativas, conforme alertou a senadora.

14/01/2000

Agência Senado


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