Mozarildo alerta para baixa qualidade do ensino brasileiro
Com base em estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 43 países, o senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR) alertou para a má qualidade do sistema educacional brasileiro. O estudo, sobre o aproveitamento escolar dos jovens de 15 anos, teve por objetivo avaliar até que ponto esses jovens estão preparados para enfrentar os desafios apresentados pela atual sociedade do conhecimento, informou o senador.
- O resultado, profundamente constrangedor para o Brasil, equivale a uma reprovação quase absoluta de nosso sistema educacional. Terminamos em penúltimo lugar, à frente apenas do Peru. Os estudantes de 15 anos testados na pesquisa internacional apenas confirmam a velha tendência nacional de empurrar os problemas com a barriga - afirmou.De acordo com Mozarildo, as próprias avaliações do governo brasileiro já vinham apontando problemas sérios de qualidade na educação. Levantamento recente feito pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) mostrou que 59% dos estudantes da 4ª série do ensino fundamental ainda não tinham desenvolvido as competências básicas de leitura esperadas nesse nível.
- Estão impedidos de entender, diga-se de passagem, nossas próprias políticas educacionais, uma vez que as contradições são abundantes nelas. Mas nisso, eles têm a companhia de quase todos nós - ironizou.
Mozarildo destacou ainda texto do ministro da Educação, Cristovam Buarque, defendendo a construção de uma grande coalizão nacional suprapartidária para colocar a educação como prioridade nacional, a exemplo da Irlanda, da Espanha e da Coréia do Sul, que fizeram o mesmo há 30 anos.
Para o senador, os problemas apontados pela avaliação da Unesco não podem ser atribuídos a falta de recursos. Esta seria uma explicação simplista, no entendimento do senador, por chocar-se com a realidade das obrigações constitucionais de investimentos em educação da União, dos estados e dos municípios.
- Cabe ao ministro apresentar o que está sendo feito com o dinheiro do contribuinte, antes de podermos avaliar a necessidade de mais recursos. Só a chamada à luta, sem proposta, não adianta - concluiu.
29/08/2003
Agência Senado
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