Maciel apela ao governo por autorização ao projeto Caatinga



O senador Marco Maciel (PFL-PE) manifestou surpresa e decepção com a decisão do Ministério das Relações Exteriores de propor o cancelamento do projeto Caatinga, a ser desenvolvido no Nordeste com recursos do Japan Bank Corporation (Jica). O projeto está orçado em R$ 240 milhões, sendo que 70% dos recursos devem vir do exterior. Ele apelou ao governo federal para que reveja a decisão e autorize o contrato com a instituição japonesa para assegurar melhores condições de vida à população daquela região do Nordeste.

- O projeto tem viabilidade econômica, caso contrário não teria sido aprovado por instituição financeira idônea - argumentou o senador.

A decisão do Ministério das Relações Exteriores, de abril deste ano, de propor ao governo japonês o cancelamento do projeto de conservação da caatinga, segundo Maciel, irá prejudicar a região do semi-árido nordestino, sobretudo os estados de Pernambuco, Alagoas, Bahia e Sergipe. O contrato com o banco japonês, explicou, tem por base acordo firmado em julho de 2000, em cerimônia por ele presidida quando na Vice-Presidência da República.

Segundo Maciel, o projeto foi elaborado conjuntamente pelos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Integração Nacional e pelos órgãos a eles subordinados, respectivamente, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).

A caatinga cobre, somente no Nordeste, mais de 800 mil quilômetros quadrados, onde vivem perto de 20 milhões de pessoas, quase a metade delas na zona rural. A região, explicou ainda o senador de Pernambuco, é caracterizada por baixos índices pluviométricos, com chuvas irregulares e mal distribuídas, e baixo índice de desenvolvimento humano (IDH), sendo uma das regiões mais pobres do Nordeste.

O senador Jonas Pinheiro (PFL-MT) se solidarizou com o pleito de Maciel e convidou o senador para participar de um programa que visa fazer com que o Jica continue investindo em projetos em regiões em que prevalece a pobreza no Brasil. De acordo com o senador, em nenhum outro lugar do mundo há justificativa melhor para o Jica contribuir com recursos para programas de desenvolvimento.



03/06/2004

Agência Senado


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