Maciel defende política externa profissional para o Brasil
Depois de citar o caso de uma empresa privada brasileira, a EBX, que está sendo ameaçada de expropriação na Bolívia, e de referir-se à decisão do governo boliviano de nacionalizar as reservas de gás e petróleo do país, inclusive as exploradas pela Petrobras, o senador Marco Maciel (PFL-PE) defendeu a adoção, pelo Brasil, de uma política externa de caráter profissional e que seja aplicada de forma continuada. Ele opinou que as decisões devem ser baseadas em uma política de Estado, e não em uma política de governo.
Segundo o senador por Pernambuco, o Brasil, na área externa, não conseguiu consolidar instituições necessárias ao processo de inserção regional. Marco Maciel citou o caso do Mercosul, que, ao completar 15 anos de existência, ainda não conseguiu superar os conflitos na agenda econômica e comercial dos seus membros. Ele observou que apesar de o número de integrantes do Mercosul ter aumentado, esses novos países estão na condição de associados, e não na de membros plenos.
- Na realidade, a percepção, aliás, focalizada pela imprensa nacional e estrangeira, é que o Mercosul, cujo nascimento se mirou no modelo exitoso da União Européia, encontra-se em grave estágio de desfazimento de conquistas feitas e sombrias expectativas com relação ao futuro - afirmou Marco Maciel.
Em aparte, o senador José Jorge (PFL-PE) considerou como gravíssima a decisão unilateral tomada pelo governo boliviano com relação às suas reservas de gás e petróleo. Ele classificou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de inconseqüente pelo apoio que deu ao índio e líder cocalero Evo Morales, atual presidente daquele país, que, agora, observou, está tomando medidas contrárias aos interesses do Brasil.
Nacionalização da exploração do petróleo e do gás na Bolívia movimenta o Plenário
03/05/2006
Agência Senado
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